sexta-feira, 14 de abril de 2023

SANDRA PERA NO CEARÁ

Sandra Pera no Ceará

A capital cearense recebeu, na última quarta feira, a atriz, diretora, compositora e cantora Sandra Pêra, que pisou no palco do Theatro José de Alencar pela primeira vez com o grupo As Frenéticas. Referência artística e arquitetônica no país, o TJA, como é mais conhecido, tem uma ligação muito forte com a sua família. Os pais e a irmã Marília Pêra (in memoriam) se apresentaram aqui em algumas ocasiões, antes mesmo de ela ter nascido. Acompanhada dos músicos Mimi Lessa, Lourival Franco, Pedro Peres e Flavio Santos, a cantora carioca traz a turnê “Sandra Pêra em Belchior” para o Ceará neste mês de abril, dando sequência às viagens pelo país divulgando o segundo álbum de sua carreira. No dia 12, às 19:30, será no Theatro José de Alencar. Já no dia 14, ela estará em Sobral, às 20 horas, no Theatro São João.

Lançado pela Biscoito Fino em junho de 2021, o disco foi um presente da amiga Kati Almeida Braga, sócia da gravadora, durante um jantar entre amigos. “Estávamos todos ouvindo um disco do Fagner, produzido pelo José Milton, e entre as músicas tocou Mucuripe. Então, a Kati perguntou se eu não gostaria de cantar Belchior. Cheguei em casa, comecei a selecionar algumas músicas, liguei para a minha filha e também produtora musical, Amora, e para o José Milton. Assim nasceu a ideia de homenagear este grande compositor cearense”, conta Sandra Pêra. A turnê começou no Rio de Janeiro, em setembro do ano passado, e já percorreu Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo. Mas o Ceará tem um gostinho e memórias bem especiais.

Segundo a cantora, só depois de muito tempo ela veio descobrir que era realmente a musa de Belchior, quando ele escreveu a letra “Medo de Avião”. Ela já tinha sido perguntada sobre essa ligação com o cearense durante entrevista para a apresentadora Sílvia Poppovic, negando veemente, e soube muitos anos depois por uma namorada dele no Rio de Janeiro (a atriz Maria Lucia Dahl), que ela desconfiava de algo que nunca aconteceu. Mas a certeza, de que foi para ela a música, veio quando recebeu do acervo de Belchior uma entrevista dele, contando que a música era para Sandra Pêra. A letra remete à uma viagem que, por coincidência, os dois estavam no mesmo voo com destino à capital cearense. Nessa oportunidade, ela comentou que tinha muito medo de avião e que pegava na mão de quem estivesse ao seu lado.

Sandra conta que sempre admirou o trabalho de Belchior. “Suas músicas representam algum momento na vida da gente. Ele tem uma história muito rica. Eu conheci sua obra aos 16 anos, durante um trabalho no colégio”. No show marcado para os dias 12 e 14 de abril, em Fortaleza e Sobral, respectivamente, o público vai ouvir na sua interpretação clássicos como “Paralelas”, “Medo de avião”, “Todo sujo de Batom”, “A palo seco”, “Velha roupa colorida”, “Mucuripe”, “Galos, noites e quintais”, “Sujeito de sorte”, e “Ano passado eu morri, mas esse ano eu morro” – esta última, de autoria do repentista paraibano Zé Limeira, absorvido na canção do compositor cearense -, num total de 17 músicas. A direção deste projeto é de Amora Pêra, filha de Sandra e Gonzaguinha.

Memórias

O Ceará traz boas memórias para Sandra Pêra. Além de sua família ter esse vínculo artístico com o Estado, ela contou que uma das primeiras viagens com o grupo As Frenéticas foi para Fortaleza. “Teve uma família (pai, mãe e filhos) que eram loucos por nós. Eles foram assistir o show e depois nos chamaram para sair. Na hora de retornar para o Rio de Janeiro, nos convidaram para ficar mais um dia na cidade. Eu lembro que dormi em uma rede com uma das pessoas da casa. É uma memória que eu tenho, linda, mas não lembro quem são eles. Adoraria reencontrá-los”, revela. Em Fortaleza, também trouxe outros espetáculos – Sandra é conhecida por cantar em musicais. No palco do Theatro José de Alencar, ao lado de Gonzaguinha dirigiu a irmã Marília no espetáculo “Elas por Elas”. “Minha família toda estava se apresentando. Tenho lindas memórias da cidade”, reitera.

“Eu nem era nascida e o Theatro José de Alencar já fazia parte da vida da minha família. Minha mãe, meu pai e minha irmã aos cinco anos já pisaram naquele palco, quando ainda não haviam colocado os vidros. Certa vez, minha mãe estava em cena e veio um morcego. Ela saiu correndo e gritando. Quando pisei nesse palco, cantando com As Frenéticas, já tinham colocado vidros. Agora estou retornando ao Ceará e com muita vontade de fazer o público cantar comigo a obra do Belchior”

Sandra Pêra

Projetos

Dedicada na turnê em homenagem ao compositor cearense Belchior, Sandra Pêra contou que já pensa em novos projetos com outros compositores. De família de artistas, ela já fez muitos trabalhos, principalmente no teatro. Também já atuou como atriz em novelas e filmes, diretora e assistente de direção. Um grande orgulho seu é ver em cartaz, após 25 anos da estreia em Belo Horizonte, a peça “Afrodite, um espírito baixou em mim”

“Eu gosto é do palco. Nasci para ele. Não vejo a hora de me apresentar em Fortaleza e convido o público para ouvir minhas histórias e cantar comigo as músicas lindas de Belchior”


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário