As
artesãs do projeto Comunidades Criativas iniciaram, na última quinta-feira
(27/10), as últimas etapas das oficinas para a produção de peças artesanais que
reutilizam materiais plásticos descartados. Até o fim de novembro, serão
realizados trabalhos com crochê e costura. Os produtos resultantes irão compor
a primeira coleção do projeto, que será apresentada no fim do ano. Os encontros
seguem semanalmente, sempre às terças e quintas-feiras, no Porto Dragão e no
Pavilhão Atlântico de Fortaleza.
Organizada
em módulos temáticos e realizada no formato de laboratório colaborativo, a
formação, iniciada em agosto, já passou por temas como modelagem, corte e
confecção de novelos e laminados plásticos. Cada módulo conta com a condução de
profissionais do design e da moda convidados pelo projeto.
A
fase atual, de produção das peças, direciona os trabalhos para atividades de
manufatura e acabamento com costura e crochê. Enquanto as participantes com
habilidade com máquinas de costura trabalham no Pavilhão Atlântico de
Fortaleza, as demais artesãs desenvolvem trabalhos em crochê com a supervisão
da mestra artesã e instrutora Efimia Rola, no Porto Dragão.
O
projeto Comunidades Criativas – Arte, Cultura e Sustentabilidade é uma
realização do Instituto Ecocult, com apoio institucional da Secretaria da
Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE) e apoio da ONG Velaumar e do Porto
Dragão. Agradecimentos: Enel.
Mulheres
Artesãs
Nesta
segunda edição do projeto, participam 13 mulheres com idades entre 40 e 81
anos, moradoras do Poço da Draga e da Graviola, comunidades do bairro Praia de
Iracema. “São, em sua maioria, chefes de família e aposentadas em busca de
ressignificar a atividade produtiva, encontrar alternativas de renda e, ao
mesmo tempo, ressignificar a própria história”, comenta a coordenadora
executiva Pollyana Vieira. A coordenadora pedagógica da ação, Flávia Muluc,
complementa: “A maioria delas não encontra mais entrada no mercado de trabalho
e precisa se reinventar. O projeto contribui para que, sim, sejam mulheres
criativas e criadoras da própria realidade”, afirma Flávia.
Couro
plástico
São
duas as frentes de trabalho das artesãs do projeto Comunidades Criativas. Na
produção com a técnica de crochê, fios de tecido dão lugar a fios fabricados a
partir do plástico de sacolas de supermercado. Na outra frente de produção,
faz-se uso do chamado “couro plástico”, laminado maleável obtido a partir da
fusão térmica de embalagens e outros materiais de plástico descartados. “É
também importante um trabalho de educação ambiental. As artesãs aprendem a
ressignificar o olhar para o material reciclável presente no seu cotidiano, que
deixa de ser lixo e passa a ser matéria prima e fonte de renda”, comenta a
coordenadora Flávia Muluc.
Além
das oficinas temáticas ligadas às técnicas de confecção e manuseio dos
materiais, as participantes receberão ainda formação sobre noções de mercado,
onde terão a oportunidade de aprender sobre precificação, venda e valoração da
hora de trabalho.
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