quinta-feira, 10 de novembro de 2022

SUSTENTABILIDADE


As artesãs do projeto Comunidades Criativas iniciaram, na última quinta-feira (27/10), as últimas etapas das oficinas para a produção de peças artesanais que reutilizam materiais plásticos descartados. Até o fim de novembro, serão realizados trabalhos com crochê e costura. Os produtos resultantes irão compor a primeira coleção do projeto, que será apresentada no fim do ano. Os encontros seguem semanalmente, sempre às terças e quintas-feiras, no Porto Dragão e no Pavilhão Atlântico de Fortaleza.

Organizada em módulos temáticos e realizada no formato de laboratório colaborativo, a formação, iniciada em agosto, já passou por temas como modelagem, corte e confecção de novelos e laminados plásticos. Cada módulo conta com a condução de profissionais do design e da moda convidados pelo projeto.

A fase atual, de produção das peças, direciona os trabalhos para atividades de manufatura e acabamento com costura e crochê. Enquanto as participantes com habilidade com máquinas de costura trabalham no Pavilhão Atlântico de Fortaleza, as demais artesãs desenvolvem trabalhos em crochê com a supervisão da mestra artesã e instrutora Efimia Rola, no Porto Dragão.

O projeto Comunidades Criativas – Arte, Cultura e Sustentabilidade é uma realização do Instituto Ecocult, com apoio institucional da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE) e apoio da ONG Velaumar e do Porto Dragão. Agradecimentos: Enel.

Mulheres Artesãs

Nesta segunda edição do projeto, participam 13 mulheres com idades entre 40 e 81 anos, moradoras do Poço da Draga e da Graviola, comunidades do bairro Praia de Iracema. “São, em sua maioria, chefes de família e aposentadas em busca de ressignificar a atividade produtiva, encontrar alternativas de renda e, ao mesmo tempo, ressignificar a própria história”, comenta a coordenadora executiva Pollyana Vieira. A coordenadora pedagógica da ação, Flávia Muluc, complementa: “A maioria delas não encontra mais entrada no mercado de trabalho e precisa se reinventar. O projeto contribui para que, sim, sejam mulheres criativas e criadoras da própria realidade”, afirma Flávia.

Couro plástico

São duas as frentes de trabalho das artesãs do projeto Comunidades Criativas. Na produção com a técnica de crochê, fios de tecido dão lugar a fios fabricados a partir do plástico de sacolas de supermercado. Na outra frente de produção, faz-se uso do chamado “couro plástico”, laminado maleável obtido a partir da fusão térmica de embalagens e outros materiais de plástico descartados. “É também importante um trabalho de educação ambiental. As artesãs aprendem a ressignificar o olhar para o material reciclável presente no seu cotidiano, que deixa de ser lixo e passa a ser matéria prima e fonte de renda”, comenta a coordenadora Flávia Muluc.

Além das oficinas temáticas ligadas às técnicas de confecção e manuseio dos materiais, as participantes receberão ainda formação sobre noções de mercado, onde terão a oportunidade de aprender sobre precificação, venda e valoração da hora de trabalho.


 

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