quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

FLORES DO CEARÁ


Há 20 anos o Ceará iniciava uma nova jornada na agricultura com alto valor agregado. Nesse contexto, a floricultura surge como força transformadora cultural e econômica. As condições climáticas aliadas à inovação e tecnologia foram fundamentais para o início do cultivo de flores no estado. “O Ceará saltou de uma posição inexpressiva na floricultura para grandes avanços no setor. Somos um caso de sucesso para a agropecuária cearense, mostrando que vontade, trabalho e conhecimento transformam a realidade”, ressalta o secretário da Agricultura do Estado à época, Carlos Matos.

O avanço é visto em números. Em 1999, o Ceará tinha pouco mais de 200.000 m² de área cultivada de flores. Hoje são 3,5 milhões de m². Países conhecidos pelo êxito na floricultura, como a Holanda, por exemplo, precisam “fabricar” o clima que a Serra da Ibiapaba, no Noroeste do Ceará, propicia para produção de rosas. “A maior fazenda de flores do Brasil está sediada em São Benedito. O clima de 24ºC durante o dia e de 14ºC à noite são temperaturas ideias para o manejo de flores cortadas. A Reijers saltou de 25 hectares para mais de 300 hectares, com valor bruto da produção estimado em R$ 150 mil por hectare”, afirma Carlos Matos.

Atualmente, as principais fazendas em São Paulo conseguem produzir, no máximo, 170 rosas por m². O Ceará já ultrapassou 300 rosas por m². “As empresas cearenses abastecem o mercado do Nordeste. Conseguimos tirar o Ceará da inexpressividade em relação à floricultura e saímos de 0.5% das exportações brasileiras para atingirmos 20%. Em sete anos de produção nos consolidamos como um importante polo de cultivo de flores do país”, relembra Carlos Matos.

A história que transformou a realidade de pessoas e, consequentemente, da economia rural cearense agora será contada em livro. Em 252 páginas, “Flores do Ceará e suas influências na cultura” é um relato sobre a história da floricultura cearense entre 1999-2019. A obra será lançada no próximo dia 20 de dezembro, no Ideal Clube, às 18h30.

O livro é dividido em 10 capítulos: Os primeiros registros da floricultura cearense; Uma nova história foi criada; Primeira-dama das flores; A chegada das primeiras empresas: Cearosas e Reijers; O rei das flores; São Benedito, referência nacional na produção de rosas; Vidas transformadas; Perspectivas que desabrocham; Lições aprendidas; e Cronologia da floricultura no Ceará.

Entre os personagens da obra está o jovem agrônomo, Rubens Aguiar, primeiro gerente da Gerência de Floricultura da Secretaria da Agricultura Irrigada e da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagri). O livro é a forma concreta de registrar, na história, as intervenções humanas que geraram transformações impactantes na sociedade”, ressalta Carlos Matos.


 

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