Com
patrocínio do Banco Santander e apoio da Nacional Gás, através da Lei de
Incentivo à Cultura, Lei Rouanet, a exposição ocupará as três alas do pavimento
superior do Espaço Cultural Unifor. A primeira será destinada às Musas e
abrigará obras de artistas homens que elegeram a mulher como tema; na segunda,
intitulada Autoras, serão exibidas obras de artistas mulheres, já reconhecidas
como autoras; além do espaço Diálogo, para debates, intervenções e ativações,
no qual acontecerão atividades de interação entre cursos da Unifor e a
exposição apresentada, bem como bate-papos da comunidade acadêmica e público
externo com convidados.
“A
exposição apresenta um recorte inédito da Coleção Fundação Edson Queiroz, ao
exibir obras que abordam a perspectiva das mulheres e sobre as mulheres nas
artes visuais. A partir desse mote proposto pela curadora Denise Mattar,
abre-se um amplo espaço para debate junto aos diversos cursos da Universidade
de Fortaleza, tendo em vista que se trata de uma mostra comemorativa aos 50
anos da Unifor. Diante disso, preparamos um ambiente de interação com a
comunidade acadêmica dentro do Espaço Cultural Unifor, no sentido de
concretizar a premissa da Universidade de trabalhar de forma integrada o
ensino, a pesquisa e a extensão”, destaca o Reitor da Unifor, Prof. Randal
Pompeu.
Denise
Mattar reflete que durante um longo período, que vai da colônia extrativista à
chegada da Família Real e o estabelecimento da Academia de Belas Artes, coube à
mulher apenas o papel de Musa. Segundo ela, o quadro se modifica um pouco com a
chegada do Modernismo, que, bastante diverso de outros países, tem em duas
mulheres – Anita Malfatti e Tarsila do Amaral – suas mais importantes artistas
plásticas. A curadora lembra também as artistas Lygia Clark e Lygia Pape, que
alcançaram reconhecimento nacional e internacional nas décadas de 1950/70, e
ainda as contemporâneas Adriana Varejão e Beatriz Milhazes.
“Apesar desse sucesso, há inúmeros casos de artistas mulheres excelentes que foram excluídas da historiografia oficial, e muitas questões a serem levantadas, analisadas e discutidas nessa passagem de musas a autoras, que reflete uma mudança de contexto político, histórico, social e comportamental” – Denise Mattar, curadora da exposição “Elas – De Musas a Autoras, Unifor 50 anos”
A
mulher como Musa
O
arco temporal desse conjunto de 63 obras de 30 artistas homens tem início no
período colonial e se estende até a contemporaneidade. Vale observar que grande
parte dos autores apresentados teve a mulher como tema ao longo de toda a
carreira. É o caso de Di Cavalcanti e Portinari, inclusive responsáveis por
introduzir na nossa arte os rostos e corpos negros e mestiços, tipicamente
brasileiros.
A
expansão do abstracionismo, na década de 1950, levou um progressivo abandono da
figuração, incluindo a representação da mulher. Nas décadas de 1970 e 1980, há
alguma retomada da figura, e artistas como Siron Franco, João Câmara e,
posteriormente, Vik Muniz se debruçam sobre a figura da mulher, porém não mais
vistas como musas, mas através de um olhar crítico e atento à sociedade.
Assumindo
o protagonismo
Na
ala das Autoras, são apresentadas 83 obras de 33 artistas mulheres já
reconhecidas como autoras. Não por acaso, esse núcleo tem início na década de
1920, momento no qual a introdução do modernismo traz uma maior integração das
mulheres ao circuito de arte. Embora menos contundente do que nos anos 1920, a
produção de Anita Malfatti e Tarsila do Amaral se estende até os anos 1950,
quando o abstracionismo revela a figura ímpar de Judith Lauand. Homenageada com
uma retrospectiva ainda em cartaz no Museu de Arte de São Paulo, a artista,
recentemente falecida, foi a única mulher a integrar o Grupo Concretista de São
Paulo. Já no Rio de Janeiro, são personagens importantes as já citadas Lygia
Clark e Lygia Pape.
A
abstração lírica é muito bem representada pelas mulheres. Além da pioneira
Maria Helena Vieira da Silva, portuguesa que viveu no Brasil nos anos 1940,
criando um importante círculo artístico no Rio de Janeiro, a exposição
contemplará artistas extraordinárias como Tomie Ohtake, Maria Leontina, Yolanda
Mohalyi, Maria Polo, Ione Saldanha, bem como artistas com trajetórias muito
particulares como Mira Schendel e Heloísa Juaçaba.
Anna
Maria Maiolino, Wanda Pimentel, Iole de Freitas participaram ativamente da
revolução de costumes dos anos 1970, abrindo caminho para a Geração 80 com
expoentes como as também já citadas Adriana Varejão e Beatriz Milhazes. O
núcleo alcança a contemporaneidade com artistas como Mariana Palma, Gabriela
Machado e Waléria Américo.
Unifor
50 anos
A
Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, chega aos 50 anos em 21
de março deste ano. Nesse meio século de existência, a instituição formou mais
de 100 mil profissionais de excelência em todas as áreas do conhecimento,
contribuindo não só para a formação técnica, mas também humana desses
indivíduos.
+
Mostra fotográfica homenageia os 50 anos da Universidade de Fortaleza
Ao
longo desse período, a Universidade tem acumulado várias experiências exitosas
no ensino, na pesquisa e na extensão, com credibilidade e reconhecimento
nacional e internacional; a Unifor é atualmente a melhor instituição particular
de ensino superior das regiões Norte e Nordeste, segundo o ranking britânico
Times Higher Education (THE).
Serviço
Exposição
Elas – De Musas a Autoras, Unifor 50 anos
Curadoria:
Denise Mattar
Local:
Espaço Cultural Unifor
Abertura:
16 de março de 2023, 19h
Exibição:
17 de março a 10 de dezembro de 2023
Visitação
gratuita: terças a sextas, 9h às 19h; sábados e domingos, 12h às 18h