No
início de julho deste ano um motorista atropelou e matou uma jovem que estava
na garupa de uma motocicleta e deixou, ainda, o condutor que pilotava a moto
gravemente ferido, em Fortaleza. A colisão, segundo investigação policial,
teria sido culminada após uma briga de trânsito. Instabilidade emocional,
respostas impulsivas advindas da falta de controle das emoções e ausência de
empatia são características que juntas, ou isoladas, podem elevar os conflitos
no trânsito.
Hoje
dia 25 de setembro, é celebrado o Dia Nacional do Trânsito, data oportuna para
debater as mais diversas relações existentes entre saúde mental e trânsito,
ainda mais sendo o Brasil o terceiro país no mundo com maior letalidade no
trânsito, atrás apenas de Índia e China em números totais de mortes, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Inúmeras
situações no trânsito causam uma enorme pressão psicológica nos condutores.
Portanto, é preciso saber conter tais impulsos. Ter inteligência emocional pode
ser decisivo na hora de evitar discussões que podem levar à morte”, analisa a
psicanalista Elaine de Tomy, vice-presidente do Instituto Revoar.
Estudos
apontam que a relação entre trânsito e saúde mental possui estreita troca de
danos e impactos. Se por um lado a falta de controle afeta os condutores, por
outro, o trânsito caótico presente nos grandes centros também pode ter um
impacto negativo na saúde mental das pessoas.
O
estresse é um dos principais efeitos colaterais do trânsito. A partir deles, o
condutor pode desenvolver transtornos como irritabilidade, ansiedade, fadiga,
insônia e problemas de concentração.
A
psicanalista e Terapeuta no Instituto Revoar, Natália Pinto, alerta ainda para
um fator agravante neste cenário: o Brasil é um dos países com maiores índices
de depressão e ansiedade do mundo, segundo a ONU. “Então imagine essa
fragilidade emocional somada ao estresse e insegurança no trânsito, cria-se um
cenário de extrema pressão para motoristas, motociclistas e pedestres”,
adverte.
Mas,
a boa notícia é que há meios de trabalhar o lado emocional e atingir uma
maturidade mental, conforme aponta a psicanalista. “Conhecer e entender alguns
gatilhos e reconhecer pontos fracos é fundamental para evoluirmos o nosso lado
emocional. E esse avanço é precioso não apenas para o trânsito, mas também para
todos os nossos tipos de relações, sejam elas no trabalho, em família, na
escola ou entre amigos”, acrescenta Elaine, que também é especialista em
Linguagem Corporal.
SUGESTÕES
DE ABORDAGEM:
Qual
o impacto do trânsito na saúde mental?
Quais
são os benefícios da psicologia do trânsito?
Como
cuidar da saúde mental diante de um trânsito cada vez mais caótico?
Como
identificar gatilhos emocionais no trânsito?
Há
meios de trabalhar o lado emocional e atingir uma maturidade mental?
Nenhum comentário:
Postar um comentário