Nesta
primeira fase, 300 candidatos selecionados serão capacitados em cursos na área
de turismo e hotelaria em parceria com a Secretária de Desenvolvimento
Econômico de Ouro Preto e da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Desses,
120 serão contratados e irão fazer parte do quadro de funcionários do Vila Galé
Collection Ouro Preto - Historic, Family Resort Hotel, Conference & SPA.
“Sempre
que abrimos um hotel em uma nova cidade, gostamos de incentivar a capacitação
profissional. Mesmo que nem todos os participantes atuem neste primeiro momento
conosco, eles estarão preparados para outras vagas na cidade e na região,
proporcionando aos turistas e clientes uma ótima experiência”, explicou Jorge
Rebelo de Almeida.
Os
currículos podem ser enviados por meio do e-mail brasil.carreiras@vilagale.com,
com a descrição no assunto: “Vaga em Ouro Preto”.
A
coletiva de imprensa, além de reunir importantes jornalistas da cidade
histórica e de Belo Horizonte, contou com a presença do prefeito Ângelo
Oswaldo, do Secretário de Estado da Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas
Oliveira, de representantes da Agência de Promoção de Investimento e Comércio
Exterior de Minas Gerais (Invest Minas) e do Instituto Estadual do Patrimônio
Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).
Rede Vila Galé
Durante
o evento, Jorge Rebelo de Almeida anunciou ainda que as obras iniciaram e
apresentou o projeto do novo hotel. Os convidados puderam conferir em primeira
mão dois quartos decorados: um em homenagem ao Museu da Inconfidência, dedicado
à preservação da memória da Inconfidência Mineira, e outro em homenagem a
Igreja de São Francisco de Assis, que é uma celebração às criações do mestre
Aleijadinho, responsável pelo projeto da fachada e da decoração em relevos e
talha dourada.
O
empreendimento, que receberá um investimento maior do que o previsto
inicialmente, passa a contar com 297 quartos, dois restaurantes, dois bares,
sete salas de convenções, um auditório, uma capela, biblioteca, sala de jogos,
Spa Satsanga com piscina interior aquecida e sauna, Clube Infantil NEP com
parque aquático, lago, ecoturismo, tirolesa, biblioteca, plantio de azeitonas e
uvas, entre outros atrativos.
“Enquanto
fazíamos o projeto, vimos que poderíamos aproveitar ainda mais o terreno e
incluímos novas atrações. O investimento aumentou em R$ 60 milhões, impactando
não só a economia de Ouro Preto, como a do Estado. Nós acreditamos muito no
potencial de Minas Gerais”, concluiu o presidente da Vila Galé.
Preservação
de Patrimônio
Dos 42
hotéis da rede, nove estão em prédios históricos que foram recuperados: Vila
Galé Collection Braga, Vila Galé Collection Palácio dos Arcos, Vila Galé
Collection Elvas, Vila Galé Collection Alter Real, Vila Galé Albacora, Vila
Galé Collection Tomar, Vila Galé Collection São Miguel e Vila Galé Rio de
Janeiro.
Esse
número chegará a 11 hotéis com o Vila Galé Collection Sunset Cumbuco, que
possui previsão de inauguração em 2024, e o Vila Galé Collection Ouro Preto -
Historic, Family Resort Hotel, Conference & SPA, com previsão de
inauguração da primeira fase deste hotel em dezembro de 2024.
O
Quartel Colégio Hotel de Cachoeira do Campo
No
Brasil, já desde 1643 que as terras altas, na abertura do Rio Doce, eram alvo
dos interesses da colônia americana de Portugal. A sonhada descoberta do ouro
vai realizar-se no meado da década de 1670 pelo adentramento das expedições
paulistas. Para além da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira, o eldorado
brasileiro aguardava a chegada das legiões humanas que logo o povoaram.
A
fundação da povoação de Cachoeira do Campo deu-se em 1705. A primeira
construção importante de cunho civil e público foi um quartel, num ponto
estratégico que Dom Pedro de Almeida, Conde de Assumar e futuro Marquês de
Alorna, quis aproveitar e reforçar enquanto local de defesa. Eclodia,
entretanto, a sedição de Vila Rica (atual Ouro Preto), a 28 de junho de 1720,
que terminou com a prisão, em Cachoeira do Campo, do tribuno popular Felipe dos
Santos Freire. Após este acontecimento, Dom Pedro de Almeida pretendeu mudar a
capital da província de Mariana para Cachoeira do Campo, onde os
governadores-capitães-generais passariam a residir e onde se instalaria uma
casa de fundição. Aí, Dom Pedro de Almeida mandou levantar um quartel e, em
1735, as terras de Cachoeira tornaram-se sede unida do governo civil e militar
de Vila Rica (hoje Ouro Preto). É aqui que fica então alojado o esquadrão de
cavalaria que estava antigamente na Vila do Carmo, em Mariana.
Quarto modelo apresentado em coletiva de imprensa
Neste
contexto de reorganização das forças militares portuguesas, entra em
funcionamento em 1779 o novo Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais,
embora sua história remonte, pois, às primeiras décadas do século XVIII e a episódios
marcantes da história mineira, como a Guerra dos Emboabas (1709), a Revolta de
Felipe dos Santos (1720), a Inconfidência Mineira (1789) e, mais tarde, a
Sedição Militar ou Revolta do Ano da Fumaça, em 1833, período em que serviu
para fins militares pela última vez.
Efetivamente,
ao longo dos tempos sucederam-se ampliações destas instalações, com mais espaço
para albergar militares e os seus cavalos, tendo sempre as forças em prontidão.
Nas proximidades do Quartel, ergueu-se o Palácio dos Governadores, no qual eles
veraneavam, deixando Vila Rica (Ouro Preto) em razão do excelente clima de
Cachoeira do Campo. Durante o Palácio, hohe desaparecido, foi o sítio de
recreio, repouso e residência de férias da corte das Minas.
Em
1816, nas terras do núcleo colonial e nalguns edifícios, fizeram-se adaptações
para acolher a Coudelaria Real de Cachoeira do Campo, que viria a ficar pronta
em julho de 1819. Dom João VI destinou a essa Coudelaria parte dos cavalos que
mandou trazer de Alter do Chão. Funcionava como um centro de criação e
aprimoramento de cavalos de raça e era aqui que se criavam os cavalos para a
tropa e os carros reais utilizados até na corte do Rio de Janeiro.
Mais
tarde, já com Dom Pedro II, a população de Cachoeira do Campo pede que a
propriedade tenha uma finalidade social mais relevante, pelo que o monarca
acaba por desistir da coudelaria. Optando-se pela distribuição de terras a
colonos, em 1889 é inaugurada a colónia agrícola D. Pedro II que, com o advento
da República, recebeu o novo nome de Cesário Alvim, primeiro governador
republicano de Minas Gerais. Contudo, o governo mandou suspender o processo e a
propriedade ficou sem utilização.
Surge
a ideia de convidar os salesianos para fundarem um estabelecimento agrícola, à
semelhança dos que já tinham noutras regiões. Em 1893, as terras são-lhes
oficialmente cedidas, com a contrapartida de recuperarem os edifícios, bastante
degradados e invadidos pelo mato, e de ali instalarem uma escola agrícola. O
padre salesiano Agostinho Crucifico Zanella foi o encarregado da reconstrução e
a 24 de maio de 1896 era inaugurado o Colégio Dom Bosco. Destinada,
inicialmente, a formar engenheiros agrícolas, foi a primeira casa salesiana de
Minas. E aqui encontram-se relíquias como a primeira imagem de N. Sra.
Auxiliadora a entrar em terra mineira, um grande relógio de sol situado no
pátio interno, e a primeira serralharia hidráulica do Brasil, construída no
início do século XX.
A
partir de Cachoeira do Campo, os salesianos foram pioneiros da agricultura
mecanizada em Minas, incentivando as autoridades locais a modernizarem os seus
processos agrícolas. Nas décadas que se seguiram, a atividade educativa
prosseguiu, cruzando-se depois com utilização religiosa do espaço por parte da
comunidade salesiana. Já nos últimos tempos de ocupação, chegou também a albergar
trabalhadores de empresas das redondezas.
Em
maio de 2023, o grupo hoteleiro Vila Galé e o Governo de Minas Gerais
oficializaram a concessão do espaço para abertura de um hotel em Ouro Preto,
num investimento de R$ 100 milhões, que vai gerar 120 empregos permanentes
diretos e 600 postos de trabalho indiretos.
O
Colégio Dom Bosco é um prédio histórico classificada pelo Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). O Colégio Dom
Bosco é considerado um dos berços da liberdade no Brasil. Construído pelo
governador Dom Antônio de Noronha, entre 1775 e 1779 para albergar a
recém-formada Cavalaria do Regimento das Minas, conforme escrito na tarja da
sua porta externa, que, segundo os historiadores, é atribuída à talha do
Aleijadinho (arquiteto e escultor António Francisco Lisboa).
O
quartel, como era chamado na altura, foi uma das sedes do movimento da
Inconfidência, onde trabalhava e se tornou alferes o Tiradentes (alferes
Joaquim José da Silva Xavier). Ali reuniu-se uma tropa de três mil homens, em
1775, para descer ao Rio de Janeiro e embarcar com destino a Santa Catarina, a
fim de enfrentar uma possível invasão espanhola. O Tratado de Santo Idelfonso,
em 1777, pôs fim ao conflito e a tropa retornou. O Aleijadinho integrou essa
legião, como arquiteto, pois devia projetar quarteis portugueses em Santa
Catarina.
O
valor patrimonial deste conjunto arquitetônico, paisagístico e arqueológico
está nas suas edificações sede e adjacentes, alteradas ao longo do tempo, mas sobretudo
no significado que as instituições ali instaladas, uma após a outra, tiveram
para a memória local, estadual e nacional.
Sobre
o Grupo Vila Galé
A Vila
Galé é a maior rede de Resorts do Brasil e o segundo maior grupo hoteleiro em
Portugal. O grupo é composto por diversas sociedades, das quais se destaca,
pela sua dimensão e importância, a Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos
Turísticos, S.A.
A rede
de hotéis Vila Galé conta atualmente com 42 unidades hoteleiras: 31 em Portugal
(Algarve, Beja, Évora, Elvas, Alter do Chão, Oeiras, Cascais, Sintra, Ericeira,
Estoril, Lisboa, Coimbra, Serra da Estrela, Porto, Braga, Douro, Açores e
Madeira), 10 no Brasil (Rio de Janeiro, Fortaleza, Cumbuco, Salvador,
Guarajuba, Pernambuco, Touros, Angra dos Reis, São Paulo e Alagoas) e um em
Cuba (Cayo Paredón Grande).
Em
2024, o grupo irá inaugurar o primeiro empreendimento na Espanha, o Vila Galé
Isla Canela, e o Vila Galé Figueira da Foz.