A
maturidade poética e musical apresentada pelo pernambucano Junio Barreto já em
seu álbum de estreia, homônimo, prestes a completar 20 anos, prepara-se para
uma nova e luminosa volta solar. O cantor e compositor lança seu terceiro
álbum, “O Sol e o Sal do Suor”, após 13 anos de hiato. Com dez canções
inéditas, o trabalho marca o retorno de Junio com elementos inundados de origens
nordestinas e suas diversas raízes musicais, numa ode à alegria, à dança e à
esperança. A valorização dos arranjos, com muito espaço para climas e
improvisos, pauta todo o álbum, com faixas com vocação natural para as pistas.
O
poeta de Caruaru apresenta um disco festejo para celebrar a vida, com produção
do artista ao lado de Rovilson Pascoal e Marcus Preto. O trabalho conta com um
time de músicos parceiros, como Pupillo, Thomas Harres e Mestre Nico. As
melodias seguem incorporadas em arranjos sofisticados com letras, que revelam
um poeta de tempo próprio, influenciado pela literatura brasileira e atento aos
dizeres do agreste e do sertão.
Faixa
a faixa por Junio Barreto
1 -
“Vida, Vida, Vida, Vida”
Foi a
primeira canção feita para o disco, foi a primeira que gravamos também, o nome
foi batizado por Lavínia Alves, cantora e atriz baiana, pela alusão e
contemplação à vida. É um baião com elementos eletrônicos. A canção fala de um
recorte de um dia bonito, de quando se encontra o que é precioso e marca o
momento e o coração com uma tinta indelével. Nas percussões Mestre Nico dita o
tempo da canção; Thomás Harres com seus brinquedos eletrônicos fez as batidas e
programações; Fábio Sá, assume baixo e sintetizador, enquanto Chicão faz
contrapontos melódicos, no piano de parede, com as guitarras de Rovilson
Pascoal.
2 -
“Nordeste Oriental”
É uma
subdivisão geográfica do Nordeste brasileiro, engloba os estados de Alagoas,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará; na canção, contemplo esse
lugar de amor, e canto, exalto para um amor na Sudamerica. Matheus (Entropia)
na programação, percussões, violão, sintetizador e Rovilson Pascoal
guitarra.
3 -
“Ata-me”
É uma
canção que fala da permissão do corpo ao prazer, da explosão química, das
reações e das sensações desse corpo durante o amor. É um baião, pra dançar. Tem
a bateria de Pupillo; percussões e bombardino de Mestre Nico; trompete de Gui
Calzavara; teclado de Chicão e guitarra e glockenspiel de Rovilson Pascoal.
4
- “Mamãe quer meu Amor”
É uma
canção que fiz para minha mãe e que se estende a todas as mães. Fala do amor
incondicional, do alcance das
conquistas, belezas e felicidade que cada uma deseja para suas crias. Nas
percussões do Mestre Nico tem um Maracá que felicita e abençoa esse amor, dita
o ritmo de toda a canção. Juntam-se a essa maravilha, a frenética bateria de
Thomas Harres; as guitarras dedilhadas, riffs e solos de Rovilson Pascoal; o
baixo de Fábio Sá e os sintetizadores de Chicão.
5 - “Coração
Preto”
Música
de Beto Viana e Nana Carneiro da Cunha. Me apaixonei pela canção desde o
primeiro momento que escutei, no disco fiz uma versão mais nordestina, tem uma
batida do Brega pernambucano com elementos da pisadinha e para construir esse
batuque todo chamamos a baiana Michelle Abu, que faz a bateria e percussões.
Gui Calzavara no trompete e Rovilson Pascoal guitarra base, solo, baixo e
sintetizador.
6 -
“Estrela do Norte”
Com
música e letra escritas pelo próprio artista, o single do álbum tem a dança
como foco essencial. Não à toa, a banda segue em ação por quase dois minutos
após o final da letra, em grandes performances instrumentais. “Quando ‘Estrela
do Norte’ surgiu, a ideia sempre foi de uma música dançante, solar. Quando eu
estava compondo, primeiro veio a melodia com os arranjos de sopros, só depois
veio a letra, que fala da celebração do amor, do encontro com quem nos faz
melhor, e dos momentos em que seguimos vivos a cada revolução do sol”, diz o
compositor de Caruaru. Junio conta que o título da canção surgiu da junção de
duas memórias estelares. A primeira, uma reportagem que leu em uma revista
antiga sobre uma chuva de asteroides que cairia para os lados do Norte. E a
segunda, a do momento, ainda na infância, em que soube que o asterisco era o
sinal gráfico em forma de estrela. “Daí veio a visão lúdica da chuva de
asteriscos (estrelas) para os lados do Norte: Estrela do Norte”, explica.
“Estrela do Norte é uma dessas músicas que eu sempre quis fazer e me senti muito
feliz com a sonoridade e resultado final da música.” A banda reunida para a
faixa conta com Rovilson Pascoal (guitarra e synths); Entropia - Entalpia
(programação, synths e percussão); Pupillo (bateria); Pedro Dantas (baixo); e o
próprio Junio Barreto (percussão). Os metais ficaram a cargo de Marcelo
Monteiro (sax barítono, sax tenor e flauta) e Amílcar Rodrigues (trompete e
euphonium). A foto da capa do single “Estrela do Norte” é de Hugo Sá, do
Mormaço Estúdio.
7 -
“Só no Amor Existimos”
É uma
canção de contemplação do amor, onde falo que só através desse amor é que
existimos. Dançante e solar a música tem na bateria e programações Thomas
Harres. Programação, sintetizador e efeitos de Matheus (Entropia); teclados
Chicão; baixo de Fábio Sá; guitarra de Rovilson Pascoal e percussões de Mestre
Nico.
8 -
“Tú Deixa de ser isso Não”
É uma
canção dançante que fala do amor de um coração em calmaria. Matheus (Entropia)
nas programação, percussões, violão, sintetizador e Rovilson Pascoal nas
guitarras.
9 -
“Feixes”
É uma
canção dançante que fala de um amor fluido, do encontro abrasador, da paixão e
de como na liquidez perene de um rio esse amor escapole na maré, formando o
mar. Bateria, programação e efeitos de Samuel Fraga; baixos, sintetizador de
Marcelo Cabral e guitarra de Rovilson Pascoal.
10 -
“Concórdia do Coração”
Uma
canção lenta, feita a pedido do produtor musical Marcus Preto, fala da
maravilha e do gostoso perigo de viver um grande amor. Violão, violão 12,
mellotron e guitarra Rovilson de Pascoal.
Sobre
Junio Barreto
As
melodias preciosas e delicadas das criações atemporais de Junio Barreto foram
gravadas por nomes importantes das mais diversas gerações da música brasileira,
como Gal Costa, Maria Rita, Céu, Nação Zumbi, Lenine, Roberta Sá, Otto e Alaíde
Costa. O artista já dividiu o palco com ícones como João Donato, Lenine, Maria
Rita, Nação Zumbi, Otto, Jorge Mautner, Elza Soares, Seu Jorge e Tom Zé.
Em
2004, lançou seu primeiro álbum solo, “Junio Barreto”, do qual se destacou
sobretudo a faixa “Santana”, que fez grande sucesso e ganhou regravações
célebres. Em 2007, lançou o EP “Junio Barreto”, com três faixas. Produzido por
Pupillo (Nação Zumbi), o segundo álbum, “Setembro”, veio quatro anos depois, em
2011. O disco contou com participações de Céu, Luisa Maita, Seu Jorge, Vítor
Araújo, Gustavo Ruiz, Apollo 9, Orquestra Experimental de Cordas de Olinda,
Mombojó, Fábio Trummer e Marina de La Riva. Em 2015, compôs para
“Estratosférica”, álbum de estúdio de Gal Costa, as canções “Jabitacá” e
“Estratosférica”. A própria cantora regravaria ao vivo as duas composições.
Além
de serem cantadas por grandes nomes da música, as canções de Junio estão
presentes em obras como a peça “Os Sertões”, do Teatro Oficina; filmes como
“Árido Movie”, de Lírio Ferreira; ”Febre do Rato”, de Claudio Assis; e “Deserto
Feliz”, de Paulo Caldas; e em nas novelas “Louco por Elas” (2012) e “Onde Nascem os Fortes” (2018).’1
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