A
realidade de crianças sem registro de nascimento tem mudado no país com o
importante papel desempenhado pelos cartórios ainda nas maternidades, que desde
2015 passaram a emitir também o CPF, bem como na participação em mutirões. E é
nessa nova união de esforços que, no período de 14 a 17 de maio, no Complexo
Cultural Estação das Artes, das 9 às 16 horas, estará acontecendo a segunda
edição da campanha “Registre-se! – Sua história tem nome e sobrenome”. Desta
vez, o público-alvo será a população privada de liberdade ou egressa do
cárcere, em situação manicomial e povos
indígenas, além de pessoas em situação de rua. A 1ª ou 2º via do RG e CPF
poderá ser emitida sem custo.
De
acordo com a diretora de Comunicação da Associação dos Notários e Registradores
do Ceará (Anoreg-CE) e titular do cartório de Registro Civil em Granja (CE),
Priscila Aragão, “a capilaridade dos cartórios, somada com ações como a do
Registre-se, coordenada nacionalmente pela Corregedoria de Justiça, contribui
significativamente na garantia da cidadania da população. Estamos falando do
maior balcão de serviços públicos”. De 1998 até 2023, os cartórios responderam
por 162.241.191 registros de nascimentos. Os dados constam no relatório
“Cartórios em Números – 5ª edição 2023”, que apontam, ainda, 1.268.354
registros de nascimentos feitos diretamente nas maternidades. “Esses registros
são realizados sem qualquer custo para o solicitante. A declaração de
hipossuficiência também garante a gratuidade na emissão da certidão”,
acrescenta Priscila.
Esses
documentos, cabe reforçar, são necessários para o exercício da cidadania. Sem o
registro civil e o CPF, a pessoa não consegue abrir uma conta no banco; alugar
ou comprar um imóvel; obter o cartão de saúde do SUS; realizar matrícula na
escola ou universidade; e até mesmo exercer outros direitos. No país, são 7.463
cartórios voltados para esse atendimento específico, o que representa quase 50%
de todos os cartórios. Sobre a Semana Nacional do Registro Civil, ela foi
instituída no ano passado pela Corregedoria Nacional de Justiça, chegando a
atender mais de 100 mil pessoas em situação de vulnerabilidade, com previsão de
pelo menos uma ação por ano.
Sub-registro
No
último mês de abril, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgou a queda no número de crianças sem registro de nascimento, que passou
de 2,06% em 2021 para 1,31% em 2022. Trata-se da maior redução desde 2015,
quando foi iniciado esse acompanhamento. O estudo mostrou, ainda, que dos 2,57
milhões de nascimentos em 2022, apenas 33,7 mil não foram registrados até março
do ano seguinte (período legal estipulado na pesquisa pelo IBGE).
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