Uma
data merece atenção neste 25 de outubro: Dia Mundial de Conscientização sobre a
Epidermólise Bolhosa (EB). Trata-se de uma doença genética e hereditária rara,
caracterizada por uma fragilidade extrema da pele e das mucosas, que leva à
formação de bolhas e feridas diante de pequenos traumas ou atritos e até mesmo
de forma espontânea. Essa condição ocorre devido a mutações em genes
responsáveis pela produção de proteínas que garantem a adesão entre as camadas
da pele — epiderme e derme.
Dependendo
do nível em que ocorre a separação cutânea, a EB é classificada em quatro tipos
principais: simples, juncional, distrófica e Kindler, cada um com gravidade e
manifestações clínicas distintas. As pessoas que convivem com a epidermólise
bolhosa enfrentam desafios contínuos relacionados à dor, risco de infecção,
limitações funcionais e impacto emocional, exigindo cuidados minuciosos e
individualizados.
Nesse
contexto, o acompanhamento profissional especializado é fundamental. O
enfermeiro estomaterapeuta desempenha papel essencial no manejo das feridas,
seleção adequada de coberturas, prevenção de infecções e promoção do conforto e
da qualidade de vida. Além disso, orienta familiares e cuidadores quanto às
técnicas de curativo, higiene e prevenção de complicações, oferecendo um
cuidado humanizado e baseado em evidências.
A
equipe multidisciplinar, composta por médicos dermatologistas, nutricionistas,
fisioterapeutas, psicólogos, dentistas e assistentes sociais, também é
indispensável. Juntos, esses profissionais promovem uma abordagem integral,
voltada não apenas para o tratamento das lesões, mas também para o bem-estar
físico, emocional e social da pessoa com EB.
Portanto,
o cuidado com pacientes com epidermólise bolhosa vai muito além do curativo:
ele envolve acolhimento, conhecimento técnico e um olhar sensível e
interdisciplinar, essenciais para proporcionar dignidade e qualidade de vida a
quem convive com essa condição.
O SUS
oferece diagnóstico, tratamento e procedimentos cirúrgicos quando necessário.
Nosso Estado conta com o Hospital Infantil Albert Sabin, que possui uma equipe
multiprofissional especializada para o diagnóstico e acompanhamento destes
pacientes. Contamos também com uma associação, que se encontra em processo de
formação, a ACEB (Associação Cearense de Epidermólise Bolhosa), para apoio
dessas famílias. No Ceará temos aproximadamente 37 crianças com diagnóstico de
EB.

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