Voltar
para a sala de aula aos 100 anos de idade deu um novo significado para a vida
da cearense Maria Denise Murinelli Cirino. Ela é uma das alunas (os)
matriculadas (os) no Método Super Cérebro Longevidade, uma franquia que nasceu
em São Paulo e há nove meses funciona no bairro Aldeota, em Fortaleza (CE).
Diferente do ensino tradicional, aqui o foco é o treinamento cognitivo,
fortalecendo a memória, atenção, raciocínio lógico, criatividade, linguagem e
funções executivas, para proporcionar autonomia, socialização e bem-estar
emocional. As aulas têm duração de uma hora e meia, uma ou duas vezes por
semana, e podem ser feitas em grupo, individual ou particular.
Na
capital cearense, o Super Cérebro Longevidade foi trazido pela administradora
de empresas e pós-graduada em Piscopedagogia, TEA, Neurociência e em
Envelhecimento Saudável, Danniela Rolim Medeiros, que está iniciando uma nova
pós-graduação em Neurociência ligada à Saúde. A paixão pelo método aconteceu
durante um evento sobre Neuroeducação e Neuroplasticidade, por unir
aprendizado, socialização e prevenção cognitiva. “Eu percebi o quanto as
pessoas adultas e idosas precisavam de um espaço para exercitar o cérebro, de
forma leve e divertida, com propósito e afeto”, explica. O investimento no
negócio foi da ordem de R$ 150 mil.
Voltado
para pessoas a partir de 45 anos, o método é estruturado em etapas progressivas
que estimulam o cérebro como um todo, desde as funções básicas, como atenção e
percepção, até o raciocínio lógico, para a tomada de decisões e criatividade.
Uma das atividades é feita com o soroban, que é uma estrutura com uma barra
divisória horizontal que separa uma conta de valor image.png(acima) de quatro
contas de valor image.png (abaixo) em cada haste. Há três níveis no soroban,
além de dois livros de estímulos cognitivos (volumes 1 e 2) e um livro de
Tecnologia na Maturidade. Daniella explica que o aluno pode ingressar na aula a
qualquer momento, uma vez que o método é contínuo e personalizado. E não há
limite para interrupções, seja por motivo de doença, viagem ou qualquer outro.
Nascida
em 1925, de um total de sete irmãos, além da centenária Denise, como prefere
ser chamada, só tem mais uma irmã viva, de 89 anos. Viúva e sem filhos, a
tutora é uma sobrinha de 69 anos, que a leva para os compromissos fora de casa,
já que ela optou por morar sozinha até hoje. As aulas presenciais no Método
Super Cérebro têm ajudado muito a exercitar sua memória de curta duração, sejam
momentos mais recentes, como um recado, uma data importante, uma consulta e até
mesmo uma notícia que ela ouviu ou assistiu. A socialização com os outros
alunos é mais um fator que a deixa empolgada para voltar à sala de aula.
Frequentando
o curso desde o início, os cálculos de matemática deixaram de ser chatos e
passaram a ser divertidos com o uso do soroban. Os jogos utilizados em sala
para provocar o raciocínio rápido agora geram bastante expectativa. Mas nem
sempre foi assim para Denise, que conta que, no início, foi dado para ela um
jogo para faixa etária de três anos. “Eu achei estranho o jogo de formar
palavras. Será que serviria para mim? Depois, percebi que tinha que formar
grupos com as letras e como era importante para a memória”, comenta. Hoje, um
dos seus jogos preferidos é o dominó mexicano, com pedras até o numeral 12,
enquanto o dominó brasileiro vai até o seis.
Aposentada,
mas em plena atividade, Lúcia Medeiros, que completará 91 anos em dezembro, é
outra aluna que aderiu ao Método Super Cérebro para incentivar o marido
Maurício, de 93 anos. O casal faz aula particular em casa e já é craque nas
contas de matemática com o soroban. Cada aula tem 40 questões para serem
resolvidas e somente após uma prova com 20 questões e sete minutos de duração,
com a possibilidade de três erros no máximo, o aluno passa de fase. Lúcia está
um pouco mais adiantada que o marido, pois já passou pelo pré-básico, básico 1
e hoje está no básico 2. “Eu nunca fui boa em matemática, mas desta forma o
aprendizado se torna mais leve”, ressalta. A leitura faz parte do seu dia a
dia, inclusive pelo celular, e palestras sobre temas religiosos fazem parte da
sua rotina.
Aos 59
anos, a advogada Luciana Jucá Martins ficou sabendo do Super Cérebro por meio
de uma amiga da mãe. Embora esteja sempre em movimento, cuidando dos negócios
da família ou dando um suporte para a irmã que trabalha em um cartório na
serra, ela sentiu que poderia aprender mais, principalmente matemática e
tecnologia. As aulas de TI acontecem a cada 15 dias e Luciana garante que já
aprendeu muita coisa nessa área que vive em constante atualização. A
socialização também é citada por ela como muito importante, pois tem conseguido
quebrar barreiras e até perder um pouco mais de timidez. Na sua avaliação,
quanto mais cedo as pessoas começarem a cuidar da mente, mais qualidade de vida
terão na longevidade.
Para se matricular no Super Cérebro Longevidade, a pessoa participa inicialmente de uma aula experimental para que o corpo pedagógico avalie o nível do aluno. Embora não seja ainda uma preocupação de quem está passando dos 50 anos, é a partir dessa faixa etária que as mudanças naturais no funcionamento do cérebro começam. O declínio cognitivo mais acentuado pode ser observado nessa idade e se intensifica após os 60 anos, o que é um processo natural do envelhecimento. Nota-se, ainda, que pequenos esquecimentos se tornam mais comuns na casa dos 60 anos e podem acelerar a perda da memória se forem detectadas doenças neurológicas, por exemplo. Entre os fatores que afetam a memória, podemos destacar desde o envelhecimento natural até doenças, hormônios e medicamentos. O recomendado é que se as falhas de memória se tornarem persistentes, o médico deve ser procurado para investigar as causas
Para o
público 45+, o método ajuda a prevenir perdas, aumentar o foco e fortalecer a
memória. Em outras palavras, é um treino para quem deseja viver bem, com
autonomia e lucidez quando a idade avançada chegar. Atividades extraclasse
também fazem parte do ciclo de estudos, incluindo vivências, encontros e
desafios cognitivos, sempre voltados à socialização e à troca de experiências,
que são tão importantes quanto o treino mental. Ter um “cérebro velho”, de
acordo com pesquisas internacionais, aumenta o risco de morte em quase 200% num
intervalo de 15 anos, se comparado com pessoas cujos cérebros estão
envelhecendo normalmente.
“Em
poucos meses, nós já conseguimos perceber melhoras significativas na memória,
concentração, humor e autoestima dos nossos alunos. Muitos deles relataram que
estão mais atentos, sociáveis e seguros de si. Esse é o melhor retorno que
poderíamos ter. É lindo ver o brilho nos olhos de quem redescobre o seu
potencial”
Danniela
Rolim Medeiros
Um dos
casos mais inspiradores na unidade de Fortaleza foi de um aluno com início de
demência leve. De forma gradual, ele foi envolvido no Método Super Cérebro
Longevidade e, hoje, apresenta melhor concentração, disposição e até interação
social. A franqueada Danniela Rolim Medeiros destaca que os jogos são a alma do
processo, uma vez que despertam emoção, alegria e conexão de elementos
essenciais para o cérebro criar novas sinapses. “Aprender brincando é a forma
mais natural e poderosa para manter o cérebro vivo”, ensina. Tendo como exemplo
a centenária Denise Murinelli, o método estimula as pessoas a viverem com a
mente jovem e a alma curiosa. “Cuidar do cérebro é cuidar da história que
queremos continuar escrevendo”, conclui Danniela.
Uma
das pedagogas e coordenadora do Método Super Cérebro Longevidade em Fortaleza,
Jô Mesquita dá uma dica valiosa para pessoas que, por algum instante, esquecem
uma letra de música, por exemplo. “O simples ato de fechar os olhos oxigena o
cérebro e faz você lembrar o que queria cantar ou falar”, ensina. As aulas são
voltadas para melhorar a memória de curto prazo ou semântica, na grande maioria
dos casos. Já a memória episódica, que diz respeito aos momentos vividos no
passado, estão mais presentes na vida das pessoas com idade mais avançada. Jô
conta, ainda, que alguns alunos chegam sérios na aula por estarem saindo da sua
zona de conforto, mas, após conhecer o método, vão se soltando e percebem o
grande potencial que existem neles.
Saiba
mais:
Pesquisa
realizada pela Vhita, empresa do ramo de saúde e longevidade, ouviu 500 adultos
em todas as regiões do Brasil. Confira os resultados:
- 71%
disseram ter limitações físicas e dores frequentes
- 66%
perda de foco, memória ou clareza mental
- 58%
perda de autonomia no dia a dia
- 55%
disseram adotar práticas regulares de autocuidado, em busca de uma velhice mais
ativa e saudável
- 48%
dependência emocional de outras pessoas
- 44%
afirmaram ter superado visões negativas sobre envelhecer
- 35%
dificuldade em manter hábitos saudáveis
População
centenária
-
1.999 pessoas centenárias vivas no Ceará
-
37.814 pessoas centenárias vivas no Brasil
Serviço:
Super
Cérebro Longevidade
Endereço:
Rua Coronel Linhares, 443, Aldeota, Fortaleza/CE
Informações:
aldeota@franquiasupercerebro.com.br
Instagram:
@supercerebro.aldeotace
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