As
confraternizações de fim de ano são tradicionalmente marcadas por mesas fartas,
maior consumo de bebidas alcoólicas e afastamento da rotina alimentar habitual.
Embora façam parte das celebrações, o acúmulo de excessos ao longo de semanas
pode gerar impactos relevantes na saúde metabólica.
Dados
do Ministério da Saúde mostram que mais de 60% dos brasileiros estão acima do
peso, e o período entre dezembro e janeiro é um dos que mais contribuem para o
ganho de peso anual.
Estudos
internacionais indicam que grande parte das pessoas ganha entre 0,5 kg e 3 kg
nesse intervalo, peso que, muitas vezes, não é perdido posteriormente,
contribuindo para o efeito sanfona.
Além
do ganho de peso, os exageros típicos das festas estão associados ao aumento de
inflamação no organismo, piora da resistência à insulina, sobrecarga no fígado
e alterações no sono, fatores que impactam diretamente a disposição física, o
humor, a imunidade e o controle do apetite.
Segundo
o médico Dr. Victor Camarão, o problema não está em uma refeição específica,
mas no acúmulo de comportamentos inadequados.
“O
corpo até consegue lidar com um excesso pontual. O risco está na repetição
diária: ceias, confraternizações, álcool frequente, pouco sono e sedentarismo.
Esse conjunto cria um ambiente inflamatório que prejudica o metabolismo e
favorece retenção de líquidos, fadiga e ganho de gordura”, explica.
O
consumo elevado de bebidas alcoólicas, comum nesse período, também merece
atenção. O álcool interfere diretamente no metabolismo da gordura, prejudica a
função hepática e impacta negativamente o sono, o que agrava o desequilíbrio
hormonal relacionado à fome e à saciedade.
Outro
ponto de alerta é a alimentação emocional, muito presente no fim do ano. O
encerramento de ciclos, as cobranças pessoais e as expectativas para o novo ano
aumentam o estresse e a ansiedade, levando muitas pessoas a comer não por fome
fisiológica, mas como resposta emocional.
“O fim
do ano é emocionalmente intenso. Muitas pessoas comem não por fome fisiológica,
mas por ansiedade, nostalgia ou cansaço. Reconhecer isso já é um passo
importante para evitar exageros que trazem consequências à saúde”, ressalta o
médico.
Especialistas
reforçam que o foco não deve ser restrição extrema ou dietas rígidas, mas
equilíbrio e consciência alimentar. Manter boa hidratação, respeitar sinais de
fome e saciedade, priorizar alimentos naturais e não negligenciar o sono são
atitudes simples que ajudam a atravessar as festas com menos prejuízos à saúde.
Para o
Dr. Victor Camarão, pequenas escolhas em dezembro fazem diferença no início do
próximo ano.
“Cuidar
da saúde agora evita que janeiro comece com culpa, inflamação e necessidade de
medidas radicais. O verdadeiro recomeço acontece com consciência — não com
punição.”

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