Mesmo
diante do ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic), iniciado em agosto de
2023, as mulheres permanecem fiéis a investimentos conservadores. Metade das
investidoras cearenses aposta na renda fixa. É o que mostra um levantamento
realizado pelo Santander Brasil com dados de 2022 e 2023 com clientes da
instituição.
Segundo
o estudo do Santander, houve uma pequena oscilação negativa entre as cearenses,
neste período, de dois pontos percentuais no patamar aplicado em Certificados
de Depósitos Bancários (CDB), Letras de Crédito do Imobiliário (LCI), Letras de
Crédito do Agronegócio (LCA), títulos do Tesouro Direto e até na poupança. A
renda fixa, que engloba essas modalidades de investimento, passou a representar
50% da carteira das mulheres no Ceará em 2023. Esse percentual é o terceiro
menor do país, ficando acima do Rio Grande do Norte (48%), Mato Grosso (49%) e
igual a Pará e Piauí.
Em
relação a outras modalidades de investimento, destacam-se entre as principais
nas apostas das cearenses a previdência, com 31%, e os fundos 11%. A renda
variável, que engloba opções mais ousadas, teve 1% da carteira do Santander no
estado em 2023
NO
PAÍS
No
levantamento do Santander, quando observada a carteira do banco em todos os
estados entre as mulheres, o patamar da renda fixa em 2023 permaneceu o mesmo
de um ano atrás: 53%.
Surpreendentemente,
o comportamento adotado pelos homens – que geralmente se arriscam mais – também
foi na direção do conservadorismo: eles elevaram a parcela em renda fixa no
mesmo período de comparação, de 50% em 2022 para 52% em 2023. “Os dados mostram
que as mulheres são mais disciplinadas em suas aplicações e, mesmo em anos
desafiadores como o ano passado e o anterior, elas mostraram persistência”, diz
Luciane Effting, executiva responsável pelo Santander AAA.
Esse
comportamento foi mostrado também na 7ª edição do Raio X do Investidor
Brasileiro, realizada pela Associação Nacional das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais (Anbima), mostrando as mulheres pensam na segurança
financeira ao investir, quesito que lidera as motivações delas desde a primeira
edição da pesquisa, em 2018.
Previdência
Quando
o tema é previdência, a constância também é um aspecto percebido entre as
investidoras do país, com uma pequena elevação de 27,7% do total da carteira em
2022 para 28,4% em 2023. Os homens também não registraram grandes movimentos de
um ano para outro, mas com uma parcela um pouco menor da carteira: 24%. “Quase
30% da carteira de previdência confirma que elas são mais disciplinadas e
preocupadas com o seu futuro”, afirma Luciane.
Fundos
Seguindo
tendência de toda a indústria, os fundos de investimentos também perderam
espaço na carteira das mulheres de um ano para outro no Brasil, caindo de 14%
para 12% do total dos investimentos entre 2022 e 2023. De acordo com a Anbima,
só em 2023 os fundos registraram saídas líquidas de R$ 127,9 bilhões.
Entre
os homens, a redução dos investimentos em fundos foi ainda maior, de 17% para
14%, respectivamente, no ano passado em relação ao ano anterior.
A
única categoria que registrou um crescimento na carteira feminina de
investimentos no país foi a dos Certificados de Operações Estruturadas (COEs),
cuja parcela avançou de 2,64% para 4,35%. Renda Variável e Crédito Privado
ficaram com pouco mais de 1% do total do portfólio, tanto em 2022 quanto em
2023.
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