Chegou
o mês de julho, férias escolares e tempo de maior tranquilidade para os pais.
Afinal, a rotina agitada das crianças diminui, com a pausa nas atividades
escolares. Porém, também é um tempo de preocupação - afinal, com mais tempo em
casa ou no lazer, os pequenos ficam mais sujeitos a lesões ortopédicas. “Os
tipos de lesões mais comuns na criança são as mais leves, como entorses,
torções e contusões, e as mais graves, as fraturas e luxações. As mais comuns
são das crianças que praticam atividades físicas que envolvam corrida, e também
esportes. A torção de tornozelo é a campeã, e também alguns tipos de
brincadeiras com esportes de contato, como o futebol, que acomete os dedos das
mãos ou dos pés, além das fraturas de punho, antebraço e cotovelo”, descreve o
ortopedista ortopédico Matheus Sombra, membro da Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia - Seção Ceará (SBOT-CE).
Alguns
serviços de saúde chegam a registrar um aumento de 50% no número de cirurgias
ortopédicas realizadas no período das férias. De acordo com o ortopedista
Matheus Sombra, algumas situações merecem um cuidado redobrado nessa época do
ano. “Além dos esportes, são frequentes as lesões durante as brincadeiras nos
pula-pulas, bastante usados em aniversários infantis e até mesmo nessas colônias
de férias das escolas. Então os pais devem ficar mais atentos, principalmente
com as crianças menores, que são mais vulneráveis a essas lesões e não têm
tanta proteção”, alerta o membro da SBOT-CE.
Cuidados
Como
neste período nem sempre é possível controlar as brincadeiras, é preciso fazer
o possível para evitar alguns tombos e quedas que podem até causar
consequências graves. E alguns cuidados básicos evitam quadros mais sérios:
conforme estudos médicos, se uma criança for andar de bicicleta, skate ou
patins, utilizar o capacete reduz o risco de lesões na cabeça em até 85%.
No
caso de uma ocorrência, alguns sinais são muito importantes a serem observados,
como a intensidade da dor. “Às vezes a criança leva uma pancada, tem dor no
local e um inchaço, com edemas maiores, é uma chance maior de lesão séria. A
questão da perda de mobilidade também, se a criança teve uma fratura naquela
articulação ou naquele osso, não vai querer fazer movimentos porque vai causar
dor. Então, a criança levou uma queda, está com o braço mais parado, segurando,
sem querer mexer, é um fato suspeito”, observa o ortopedista Matheus Sombra.
Nesses
casos, o membro da SBOT-CE ressalta que é muito importante procurar um serviço
de pronto atendimento e/ou ortopedia o mais breve possível. “Primeiramente,
pela questão de aliviar os sintomas da criança. Às vezes a criança sente dor e
a medicação que se tem em casa é não é a mais indicada. E pode ser uma lesão
mais séria, que pode provocar não apenas dor, mas causar uma lesão nervosa que
pode evoluir para um déficit de mobilidade pelo nervo acometido, com dormência,
e até uma sequela. E há até casos mais graves, onde pode haver uma lesão
vascular. Então, todo tipo de lesão precisa ser avaliada o mais breve possível,
para ser tomada a conduta correta”, explica o ortopedista Matheus Sombra.
Veja
as principais recomendações dos ortopedistas para evitar lesões graves em
crianças durante as férias:
.
Procurar manter a criança em lugares seguros e de preferência sob supervisão de
um adulto;
.
Escadas, sacadas, lajes e barrancos não são lugares para brincadeiras, devido
ao risco de quedas;
. Usar
capacete se a criança for andar de bicicleta, skate ou patins - e mesmo assim,
não abusar da velocidade nem da dificuldade dos obstáculos;
. Em
parques de diversão, deve-se observar sempre se os brinquedos estão em boas
condições e se são adequados à idade da criança;
. Nos
pula-pulas, evitar deixar crianças de idades muito diferentes juntas, pois as
menores correm mais riscos de lesão.
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