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Doença de Parkinson é geralmente associada ao envelhecimento, mas pode surgir
bem antes dos 50 anos e afetar pessoas em plena fase produtiva da vida. Segundo
a Fundação Michael J. Fox para Pesquisas de Parkinson, estima-se que entre 10%
e 20% dos casos diagnosticados no mundo correspondam à forma de início precoce
(early-onset). No Brasil, embora os dados ainda sejam limitados, especialistas
observam uma tendência de aumento no número de diagnósticos em pacientes mais
jovens, reforçando a necessidade de atenção e informação sobre o tema.
Nessa
faixa etária, os sintomas iniciais, como tremores, rigidez muscular, lentidão
de movimentos e alterações na postura, podem ser confundidos com estresse,
lesões esportivas ou problemas ortopédicos, atrasando o diagnóstico por anos.
Além disso, fatores genéticos têm peso importante nesse perfil, com estudos
associando mutações genéticas à forma precoce.
“Para
quem está no auge da vida acadêmica, profissional e familiar, conviver com o
Parkinson traz desafios adicionais. É preciso lidar com as limitações físicas e
com o impacto emocional e social da doença, muitas vezes sem um sistema de
apoio preparado para essa realidade”, explica Dr. Rafael Maia, neurocirurgião
especializado em intervenções cirúrgicas para a doença. O tratamento, nessa
fase, requer atenção redobrada: embora os medicamentos convencionais sejam
eficazes no controle dos sintomas, seu uso prolongado pode aumentar o risco de
discinesias (movimentos involuntários que interferem na qualidade de vida).
Em
casos selecionados, a estimulação cerebral profunda (DBS) surge como
alternativa capaz de melhorar o controle motor, reduzir a necessidade de
medicamentos e ampliar a autonomia do paciente.
Segundo
o Dr. Rafael, “cada caso de Parkinson precoce é único e exige cuidado atento ao
corpo e ao estilo e momento de vida do paciente. O objetivo é, além de tratar
sintomas, garantir dignidade e continuidade”. Ele reforça que a definição do
tratamento e o acompanhamento eficiente são fundamentais para que pessoas com
Parkinson de início precoce possam manter sua vida ativa, com qualidade e
autonomia.

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