No
Outubro Rosa, é importante discutir a fertilidade das mulheres diagnosticadas
com câncer de mama. Sabendo disso, o Dr. Evangelista Torquato, ginecologista e
atuante em reprodução humana, destaca as principais opções de preservação da
fertilidade disponíveis para essas pacientes.
O
médico, atuante na clínica Sollirium, destaca, para começar, que após o
diagnóstico de câncer, o tempo disponível para congelar os óvulos pode ser
curto, pois os tratamentos oncológicos, como quimioterapia ou radioterapia, geralmente
precisam ser iniciados rapidamente. "No entanto, em muitos casos, é
possível realizar a estimulação ovariana e o congelamento de óvulos em um
intervalo de 2 a 3 semanas antes do início do tratamento", lembrou.
O
processo envolve a estimulação dos ovários para a coleta dos óvulos, o que pode
ser feito de forma segura e eficiente mesmo em situações urgentes. A decisão e
o tempo exato dependem do tipo de câncer e da urgência do início do tratamento,
por isso é essencial discutir com a equipe médica logo após o diagnóstico.
O
doutor, na ocasião, fez questão de lembrar que a quimioterapia e a radioterapia
podem causar danos aos ovários, levando à redução na quantidade e qualidade dos
óvulos, o que pode resultar em infertilidade. Dito isso, a quimioterapia pode
induzir a menopausa precoce, afetando permanentemente a capacidade reprodutiva.
Já a radioterapia na região pélvica pode comprometer diretamente os ovários ou
o útero.
Logo,
as principais opções de preservação da fertilidade para mulheres diagnosticadas
com câncer de mama incluem o congelamento de óvulos, embriões ou tecido
ovariano.
"O
congelamento de óvulos é o método mais comum, enquanto o congelamento de
embriões pode ser uma alternativa para quem já tem um parceiro ou deseja
utilizar doação de esperma. O congelamento de tecido ovariano pode ser indicado
em casos onde a quimioterapia ou radioterapia apresentam um risco significativo
de comprometer a função ovariana", detalhou.
Consequentemente,
o doutor enfatizou que o diagnóstico precoce é crucial, pois quanto mais cedo o
câncer de mama é detectado, maior é a chance de a paciente ter tempo de
discutir e optar por estratégias de preservação da fertilidade antes de iniciar
tratamentos como quimioterapia ou radioterapia.
"Isso
aumenta significativamente as chances de a mulher ter filhos após o tratamento,
já que procedimentos de preservação, como o congelamento de óvulos, são mais
eficazes quando realizados antes da exposição a tratamentos que podem
prejudicar a fertilidade", explicou o doutor.
Em
seguida, o profissional enfatizou avanços como a criopreservação de óvulos e
embriões, além do congelamento de tecido ovariano, opções que têm sido cada vez
mais utilizadas. Há também a opção de proteger os ovários durante o tratamento
com medicamentos que suprimem temporariamente a função ovariana.
"Além
disso, o desenvolvimento de técnicas mais eficazes de estimulação ovariana
permite coletar óvulos de forma segura e rápida, mesmo antes do início dos
tratamentos oncológicos", detalhou.
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