A
disfunção erétil (DE), no passado estigmatizada pela expressão “impotência sexual”,
chega a afetar metade da população masculina com mais de 40 anos, segundo o
estudo Massachusetts Male Aging Study (MMAS). O problema pode se tornar um
pesadelo na vida e na autoestima de muitos homens cisgênero, uma vez que, na
nossa cultura, o desempenho sexual masculino ainda é visto como fator que
define o quanto a masculinidade de um indivíduo é maior ou menor.
De
forma didática, a ereção consiste no enrijecimento e aumento do pênis que
resultam do envio de mais sangue para o órgão quando o homem fica sexualmente
excitado. Segundo o urologista Diego Capibaribe, as causas para este processo
falhar são inúmeras, e vão desde as de natureza física - como problemas
neurológicos, de circulação e distúrbios hormonais - , a causas de ordem
psicológica: depressão, ansiedade e estresse.
A
incidência da disfunção erétil tende a aumentar com a idade, mas este não é um
processo inevitável do envelhecimento. “Muitos casos estão relacionados a
doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial e problemas cardiovasculares,
condições que comprometem a circulação sanguínea e a saúde dos nervos, ambos
fundamentais para a função erétil”, explica Capibaribe.
Os
primeiros sinais que devem ser observados e justificam procurar ajuda médica
são a dificuldade frequente de ter ou sustentar uma ereção, a ocorrência de
ereções mais flácidas e/ou menos rígidas, ejaculação rápida (não confundir com
o distúrbio ejaculação precoce), demanda de maior concentração para obter uma
ereção e queda do interesse sexual. Enfatiza-se que eventos esporádicos não são
indicativos para fechar o diagnóstico da disfunção.
Em
termos de tratamento, existem abordagens que variam de acordo com a causa do
problema e a condição de saúde do paciente. “Mudanças no estilo de vida, como a
prática de exercícios físicos, alimentação equilibrada, abandono do tabagismo e
redução do consumo de álcool estão entre as soluções possíveis”, defende
Capibaribe.
Caso o
profissional urologista julgue necessário, pode prescrever medicamentos,
injeções penianas, supositórios uretrais ou dispositivos de vácuo. A colocação
de próteses penianas por meio de cirurgia é uma alternativa para casos mais
severos. Quando a disfunção tem causas emocionais ou relacionais, é
interessante que o paciente recorra ao acompanhamento psicológico ou
psiquiátrico.
Ainda
se fala pouco sobre a DE, e prova disso é que muitos homens passam pela
condição sem sequer conversar a respeito com suas parceiras ou parceiros.
Portanto, abordar o assunto é um poderoso antídoto contra a desinformação, o
estigma e a vergonha, vilões do tratamento eficaz e do retorno a uma vida
sexual satisfatória.
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