Com o
período de Black Friday, cresce também o número de golpes bancários e fraudes
digitais aplicados contra consumidores e empresas. O volume intenso de
promoções, o senso de urgência e o apelo de ofertas “imperdíveis” criam o
cenário ideal para a ação de criminosos que se aproveitam da pressa e da
desatenção nas compras online e presenciais.
Mais
de 24 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes financeiros envolvendo
transferências via Pix ou boletos entre julho de 2024 e junho de 2025, de
acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mais de 90%
dos usuários do Pix temem ser vítimas de fraude e 18% afirmam evitar o sistema
justamente por receio, segundo pesquisa da Data Rubber.
Para a
advogada Carolina Barreto, especialista em direito bancário e execução de
dívidas, o período da Black Friday é um dos mais críticos do ano em termos de
segurança digital e financeira. “Na correria das promoções, as pessoas tendem a
clicar rápido, pagar rápido e verificar pouco. Golpistas sabem disso e
aproveitam o comportamento impulsivo do consumidor para aplicar fraudes,
principalmente por Pix, boletos falsos e links clonados”, alerta a
especialista.
Entre
os golpes mais comuns nesta época estão as transferências via Pix para chaves
falsas, em que o criminoso cria perfis idênticos aos de lojas conhecidas ou
amigos próximos. Também são frequentes os boletos adulterados, enviados por
e-mail, WhatsApp ou SMS, com dados bancários alterados.
Outro
esquema que cresce nas redes sociais é o das “ofertas-relâmpago”, em que
produtos são anunciados com preços muito abaixo do mercado, exigindo pagamento
imediato via Pix ou link externo. Após o pagamento, o produto nunca é entregue
e os dados da vítima ficam expostos.
Além
disso, práticas de engenharia social se tornam cada vez mais sofisticadas, com
uso de inteligência artificial para criar vozes e vídeos falsos de pessoas
conhecidas, levando vítimas a acreditarem em solicitações urgentes de
pagamento. “A pressa é o principal aliado do golpista. É essencial confirmar
quem está recebendo o valor, checar contatos oficiais da empresa e desconfiar de
qualquer mensagem que peça urgência no pagamento”, reforça Carolina Barreto.
A
advogada orienta que o consumidor sempre confirme a autenticidade de chaves Pix
e boletos antes de pagar, não clique em links recebidos por mensagens e dê
preferência a pagamentos realizados diretamente em sites oficiais. Também é
recomendável habilitar alertas de transação e autenticação em dois fatores nos
aplicativos bancários. “O consumidor precisa agir com a mesma cautela que teria
diante de um golpe de rua. Verifique, confirme, desconfie e só então pague. A
prevenção ainda é a melhor proteção contra prejuízos financeiros”, conclui a
advogada.
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