Mulheres que enfrentam problemas para engravidar frequentemente passam
por uma ampla gama de emoções, como tristeza, frustração, ansiedade, culpa e
baixa autoestima. Esses sentimentos podem não apenas comprometer o bem-estar
emocional, mas também evoluir para condições mais graves, como depressão. O Dr.
Evangelista Torquato, médico da clínica Sollirium com 26 anos de experiência em
Reprodução Humana, enfatiza a importância de abordar essas questões: “Atendo
muitas pacientes que chegam ao consultório já abaladas e emocionalmente
desgastadas. A decepção constante com ciclos de tentativa fracassados pode
causar um desgaste profundo, impactando não apenas a qualidade de vida, mas
também os relacionamentos pessoais e o desempenho profissional.”
A pressão social e as expectativas culturais em torno da maternidade
podem intensificar ainda mais o sofrimento das mulheres que enfrentam
dificuldades para engravidar. O Dr. Torquato ressalta: “Essa pressão social
pode aumentar a ansiedade, a vergonha e o sentimento de estigmatização, levando
a um maior isolamento e dificultando o enfrentamento da infertilidade. Algumas
pacientes optam por manter esse desafio em segredo. Em certos casos, oriento a
busca por apoio psicológico para que a mulher tenha o suporte necessário
durante a jornada de procedimentos em busca do tão desejado filho."
A psicóloga Thalita Ruth de Oliveira destaca que a pressão por
resultados, o desgaste físico e emocional dos tratamentos, e o peso das
expectativas sociais podem desencadear sentimentos intensos, como angústia,
ansiedade e impotência . Ela cita a jornada da fertilização in vitro (FIV) como
um exemplo marcante dessas dificuldades.
"Oferecer um espaço seguro e acolhedor é essencial para que essas
mulheres possam expressar suas dores e validar suas emoções. O acompanhamento
psicológico durante a FIV não só auxilia na gestão emocional, como também torna
o processo mais leve, contribuindo para melhores resultados e prevenindo
transtornos psicológicos que podem surgir, desde as tentativas até o puerpério",
explica a psicóloga.
A saúde mental dessas pacientes precisa ser cuidadosamente acompanhada
ao longo do processo, para que elas se sintam seguras em suas decisões. "O
trabalho psicológico é focado em fortalecer os recursos internos, melhorar a
comunicação do casal e, acima de tudo, criar um espaço de segurança emocional
para que essas mulheres possam lidar com suas perdas e explorar caminhos
possíveis", conclui Thalita Ruth de Oliveira.
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