O
setor de arquitetura e design de interiores está vivenciando uma transformação
radical. Se nos últimos anos a cena global foi dominada por estilos homogêneos
e "instagramáveis", como o minimalismo escandinavo e o industrial
puro, o ano de 2026 marca a ruptura definitiva com a padronização. A nova
tendência é, paradoxalmente, não seguir tendências, priorizando a singularidade
e a expressão pessoal.
A
linha fina desta revolução é clara: consumidores buscam autenticidade, identidade
regional, ambientes afetivos e composições únicas, marcando uma ruptura com a
estética padronizada dos últimos anos.
Singularidade
na Arquitetura
Pesquisas
recentes indicam uma "Fadiga da Padronização" (The Standardization
Fatigue). O Relatório Global de Tendências de Design 2025 da WGSN/Nelly Rodi
aponta que mais de 70% dos consumidores de alto poder aquisitivo priorizam a
“singularidade e o toque artesanal” em seus projetos, rejeitando móveis de
produção em massa e layouts genéricos.
"O
morador não quer mais uma casa que parece ter saído de um catálogo de revista
genérico. Ele quer um espaço que conte a sua história, que celebre suas raízes
e que promova bem-estar emocional," afirma Joana Rezende, arquiteta com
MBA em Construções Sustentáveis.
O
Resgate da Identidade Local
A
busca por personalidade se manifesta no forte movimento de resgate da
identidade e da regionalidade. Materiais nativos, técnicas artesanais e cores
que remetem à cultura local estão sendo incorporados em projetos de vanguarda.
Dados da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) revelam um
crescimento de 45% na procura por peças de artesanato e móveis de design
assinado nacionalmente nos últimos dois anos, em detrimento da importação e da
mobília industrializada.
O
conceito de "Design Geográfico" está em alta, unindo a
sustentabilidade da matéria-prima local à valorização da memória cultural,
criando ambientes que são, ao mesmo tempo, contemporâneos e profundamente
enraizados.
Neuroarquitetura
e o Ambiente Afetivo
A
arquitetura de 2026 também está intrinsecamente ligada à saúde mental. A
Neuroarquitetura ganha força, com o foco em projetar espaços que influenciam
positivamente o humor e a produtividade. Objetos herdados, coleções pessoais e
cores que ativam a memória afetiva tornam-se elementos essenciais no que está
sendo chamado de "Ambiente Afetivo".
Segundo
o Global Wellness Institute, projetos que incorporam a biofilia (conexão com a
natureza) e otimizam a luz natural têm sido associados a uma redução de até 15%
nos índices de estresse relatado pelos moradores, reforçando que a casa se
torna, cada vez mais, um santuário de bem-estar.
Saiba
mais sobre Joana Rezende
Arquiteta
formada pela UFBA (2009) com MBA em Construções Sustentáveis (2016). Em 2013,
foi uma das sócias fundadoras do Atelier Plural e, entre 2016 e 2017, atuou
como professora na Faculdade de Arquitetura da UFBA. Mudou-se de Salvador para
o Eusébio em 2018 e, em 2019, ministrou o curso online ZOOM Arquitetura em
Detalhes. Seu escritório teve crescimento significativo em 2020, sendo
reconhecida em 2022 com o Certificado Top1 pela Confiança Pesquisas. Em 2024,
concluiu formação em Perícia e Avaliação de Imóveis e curso de paisagismo
biofílico com Guilherme Takeda. Em 2025, integra o elenco de arquitetos da
CASACOR Ceará.

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