“Por
acreditarmos que obras de arte podem estar em brasa quando reavivadas pelos
olhares dos públicos, concebemos a fricção entre elas como ação que desprende
centelhas pelos ares”. É com essa percepção que Paulo Miyada e Tiago Gualberto
montaram a exposição “Centelhas em Movimento”, com obras da Coleção Igor
Queiroz Barroso. Após bem-sucedida temporada no Instituto Tomie Ohtake, em São
Paulo, a mostra chega à Fortaleza, terra natal do colecionador. A abertura da
exposição acontecerá no dia 12 de março, às 19h, no Espaço Cultural Unifor.
A
partir de 13 de março, a exposição será aberta ao público, com visitação
gratuita, de terças a sextas, das 9h às 19h e, aos sábados e domingos, das 12h
às 18h. Na manhã do dia 13, às 9h30, os curadores vão ministrar palestra sobre
a mostra no Núcleo Diálogos, também situado no Espaço Cultural Unifor.
A
mostra conta com cerca de 190 obras de autoria de mais de 55 artistas,
abrangendo o período dos anos 1910 aos dias atuais, com foco especial na arte
moderna brasileira. Assim, com a expografia e a montagem, os curadores buscam
intensificar atritos e ressonâncias ao colocar lado a lado obras de distintos
artistas, de momentos e contextos diferentes.
“Os
curadores conceberam uma montagem que destaca não apenas as singularidades de
cada obra, mas também os diálogos e contrapontos entre elas. Por meio de
narrativa visual que desafia a linearidade histórica, a exposição proporciona
enigmas que instigam reflexões sobre o caráter ambivalente do modernismo, que
desencadeia uma tensão produtiva, calor que pode gerar centelhas, convocando os
visitantes a mergulharem em um universo de múltiplos significados”, afirma
Lenise Queiroz Rocha, presidente da Fundação Edson Queiroz, mantenedora da
Universidade de Fortaleza.
Ao
abrir mão do aspecto cronológico ou da segmentação por autoria na montagem da
exposição, Tiago Gualberto destaca que os visitantes presentes no espaço
expositivo são convidados a participar criativamente no tecimento de
associações poéticas ao se depararem com espelhamentos entre obras em diferentes
salas, por exemplo, ou por meio da articulação de conjuntos híbridos no espaço
durante os percursos. “Isso certamente tornará a visita à exposição uma
oportunidade de deflagrar nuances ou agitadas centelhas resultantes desses
oportunos encontros”, acrescenta.
Para
Paulo Miyada, além de propor diálogos e enigmas, a narrativa não-linear da
mostra evidencia que é o movimento que possibilita novas perspectivas e
compreensões. O curador explica que o que está em jogo na exposição e em seu
título é justamente a retomada do entendimento mais prosaico e intuitivo do
movimento: deslocamento, em quaisquer direções e sentidos.
“Quem
já observou o ofício de um serralheiro sabe que as centelhas liberadas pelo
trabalho em metal são fascinantes não apenas por seu brilho intenso e fugaz,
mas também pelo imprevisível de suas trajetórias. Este é um dos objetivos
prioritários desse projeto: encontrar o modernismo brasileiro, suas
consequências e desvios em estado de ebulição, com sua cronologia embaralhada,
suas hierarquias em suspensão e com a constante possibilidade de flagrar
retrocessos nos avanços e saltos adiante nos retornos. Nem todo movimento,
afinal, implica desenvolvimento. Ainda bem”, reforça.
Joias
da arte brasileira
A
Coleção Igor Queiroz reúne cerca de 400 obras de 127 artistas, abrangendo o
período dos anos 1910 aos dias atuais, com pequeno, porém significativo, núcleo
do barroco brasileiro e de arte estrangeira. Contudo, a seleção realizada para
a mostra Centelhas em Movimento tem como foco obras de autores que atuaram no
Brasil durante o século XX, cujas produções perpassam as diferentes fases do
modernismo. Uma exceção a esse grande arco modernista é a presença da mais
antiga peça selecionada para a exposição, a Nossa Senhora da Piedade, pequena
escultura de Aleijadinho (1738-1814).
Ao
longo da exposição, os visitantes vão poder apreciar joias da arte brasileira
como a escultura em bronze Ídolo (1919), de Victor Brecheret (1894-1955), e a
pintura intitulada Índia e Mulata (1934), de Candido Portinari (1903-1962), que
serão apresentadas ao lado de trabalhos pouco vistos pelo grande público, como
a pintura icônica Cabeça de Mulato (1934), também de Portinari. Compõem a
mostra também obras das célebres artistas brasileiras como Tarsila do Amaral
(1886-1973), Anita Malfatti (1889-1964) e Maria Martins (1894-1973).
Obra
símbolo da exposição: Antonio Bandeira, Abstração, 1957, óleo sobre tela
O
curador Tiago Gualberto ressalta o grande número de obras produzidas entre as
décadas de 1950 e 1970 presentes na mostra. “Esse adensamento de produções
também reflete um contingente bastante diverso de artistas, além de nos
oferecer privilegiados pontos de observação das maneiras com que os valores
modernos foram transformados e multiplicados na metade do século XX”, sublinha.
Destacam-se
desse conjunto de pinturas, desenhos e esculturas os trabalhos de Alfredo Volpi
(1896-1988), Willys de Castro (1926-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Mary Vieira
(1927-2001), bem como produções de Djanira da Motta e Silva (1914-1979), Chico
da Silva (1910-1985) e Rubem Valentim (1922-1991).
Os
artistas cearenses também também estão presentes na mostra, entre eles Sérvulo
Esmeraldo (1929-2017), Leonilson (1957-1993) e Aldemir Martins (1922-2006),
além de Antonio Bandeira (1922-1967), autor de “Abstração”, obra-símbolo da
exposição.
Serviço
Exposição
Centelhas em Movimento
Curadores:
Paulo Miyada e Tiago Gualberto]
Local:
Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz,
Fortaleza-CE)
Abertura:
12 de março de 2024, 19h
Palestra
com curadores: 13 de março, 9h30, Espaço Cultural Unifor – Núcleo Diálogo
Exibição:
a partir de 13 de março de 2024
Visitação
gratuita: terças a sextas, 9h às 19h; sábados e domingos, 12h às 18h
“Por
acreditarmos que obras de arte podem estar em brasa quando reavivadas pelos
olhares dos públicos, concebemos a fricção entre elas como ação que desprende
centelhas pelos ares”. É com essa percepção que Paulo Miyada e Tiago Gualberto
montaram a exposição “Centelhas em Movimento”, com obras da Coleção Igor
Queiroz Barroso. Após bem-sucedida temporada no Instituto Tomie Ohtake, em São
Paulo, a mostra chega à Fortaleza, terra natal do colecionador. A abertura da
exposição acontecerá no dia 12 de março, às 19h, no Espaço Cultural Unifor.
A
partir de 13 de março, a exposição será aberta ao público, com visitação
gratuita, de terças a sextas, das 9h às 19h e, aos sábados e domingos, das 12h
às 18h. Na manhã do dia 13, às 9h30, os curadores vão ministrar palestra sobre
a mostra no Núcleo Diálogos, também situado no Espaço Cultural Unifor.
A
mostra conta com cerca de 190 obras de autoria de mais de 55 artistas,
abrangendo o período dos anos 1910 aos dias atuais, com foco especial na arte
moderna brasileira. Assim, com a expografia e a montagem, os curadores buscam
intensificar atritos e ressonâncias ao colocar lado a lado obras de distintos
artistas, de momentos e contextos diferentes.
“Os
curadores conceberam uma montagem que destaca não apenas as singularidades de
cada obra, mas também os diálogos e contrapontos entre elas. Por meio de
narrativa visual que desafia a linearidade histórica, a exposição proporciona
enigmas que instigam reflexões sobre o caráter ambivalente do modernismo, que
desencadeia uma tensão produtiva, calor que pode gerar centelhas, convocando os
visitantes a mergulharem em um universo de múltiplos significados”, afirma
Lenise Queiroz Rocha, presidente da Fundação Edson Queiroz, mantenedora da
Universidade de Fortaleza.
Ao
abrir mão do aspecto cronológico ou da segmentação por autoria na montagem da
exposição, Tiago Gualberto destaca que os visitantes presentes no espaço
expositivo são convidados a participar criativamente no tecimento de
associações poéticas ao se depararem com espelhamentos entre obras em diferentes
salas, por exemplo, ou por meio da articulação de conjuntos híbridos no espaço
durante os percursos. “Isso certamente tornará a visita à exposição uma
oportunidade de deflagrar nuances ou agitadas centelhas resultantes desses
oportunos encontros”, acrescenta.
Para
Paulo Miyada, além de propor diálogos e enigmas, a narrativa não-linear da
mostra evidencia que é o movimento que possibilita novas perspectivas e
compreensões. O curador explica que o que está em jogo na exposição e em seu
título é justamente a retomada do entendimento mais prosaico e intuitivo do
movimento: deslocamento, em quaisquer direções e sentidos.
“Quem
já observou o ofício de um serralheiro sabe que as centelhas liberadas pelo
trabalho em metal são fascinantes não apenas por seu brilho intenso e fugaz,
mas também pelo imprevisível de suas trajetórias. Este é um dos objetivos
prioritários desse projeto: encontrar o modernismo brasileiro, suas
consequências e desvios em estado de ebulição, com sua cronologia embaralhada,
suas hierarquias em suspensão e com a constante possibilidade de flagrar
retrocessos nos avanços e saltos adiante nos retornos. Nem todo movimento,
afinal, implica desenvolvimento. Ainda bem”, reforça.
Joias
da arte brasileira
A
Coleção Igor Queiroz reúne cerca de 400 obras de 127 artistas, abrangendo o
período dos anos 1910 aos dias atuais, com pequeno, porém significativo, núcleo
do barroco brasileiro e de arte estrangeira. Contudo, a seleção realizada para
a mostra Centelhas em Movimento tem como foco obras de autores que atuaram no
Brasil durante o século XX, cujas produções perpassam as diferentes fases do
modernismo. Uma exceção a esse grande arco modernista é a presença da mais
antiga peça selecionada para a exposição, a Nossa Senhora da Piedade, pequena
escultura de Aleijadinho (1738-1814).
Ao
longo da exposição, os visitantes vão poder apreciar joias da arte brasileira
como a escultura em bronze Ídolo (1919), de Victor Brecheret (1894-1955), e a
pintura intitulada Índia e Mulata (1934), de Candido Portinari (1903-1962), que
serão apresentadas ao lado de trabalhos pouco vistos pelo grande público, como
a pintura icônica Cabeça de Mulato (1934), também de Portinari. Compõem a
mostra também obras das célebres artistas brasileiras como Tarsila do Amaral
(1886-1973), Anita Malfatti (1889-1964) e Maria Martins (1894-1973).
Obra
símbolo da exposição: Antonio Bandeira, Abstração, 1957, óleo sobre tela
O
curador Tiago Gualberto ressalta o grande número de obras produzidas entre as
décadas de 1950 e 1970 presentes na mostra. “Esse adensamento de produções
também reflete um contingente bastante diverso de artistas, além de nos
oferecer privilegiados pontos de observação das maneiras com que os valores
modernos foram transformados e multiplicados na metade do século XX”, sublinha.
Destacam-se
desse conjunto de pinturas, desenhos e esculturas os trabalhos de Alfredo Volpi
(1896-1988), Willys de Castro (1926-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Mary Vieira
(1927-2001), bem como produções de Djanira da Motta e Silva (1914-1979), Chico
da Silva (1910-1985) e Rubem Valentim (1922-1991).
Os
artistas cearenses também também estão presentes na mostra, entre eles Sérvulo
Esmeraldo (1929-2017), Leonilson (1957-1993) e Aldemir Martins (1922-2006),
além de Antonio Bandeira (1922-1967), autor de “Abstração”, obra-símbolo da
exposição.
Serviço
Exposição
Centelhas em Movimento
Curadores:
Paulo Miyada e Tiago Gualberto]
Local:
Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz,
Fortaleza-CE)
Abertura:
12 de março de 2024, 19h
Palestra
com curadores: 13 de março, 9h30, Espaço Cultural Unifor – Núcleo Diálogo
Exibição:
a partir de 13 de março de 2024
Visitação
gratuita: terças a sextas, 9h às 19h; sábados e domingos, 12h às 18h
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