Empresas
familiares são a espinha dorsal da economia brasileira, representando 90% do
total de negócios, segundo o IBGE. Mas a realidade é implacável: apenas 30%
chegam à terceira geração, e metade dessas sobrevive. Por quê? Porque
longevidade, nesse universo, não é só uma questão de mercado, mas de pessoas,
valores e disputas internas. Necessita de estratégias especializadas.
Cícero
Rocha, presidente do Instituto Empresariar, especializado em empresas
familiares brasileiras, é categórico. “Sucessão não é substituição, é
integração.” E esse é o primeiro grande ponto de atenção. A transição entre
gerações é uma corda bamba que exige planejamento estruturado e governança
ecossistêmica, Ecogovernance – um modelo que alinha expectativas familiares,
empresariais societárias s ambiente externo. Sem isso, conflitos internos,
rivalidades e resistência à mudança destroem o que décadas de trabalho
construíram.
Preparar
as novas gerações é tão crucial quanto desafiador. Isso não significa apenas
diplomas de cursos em escolas de negócios ou MBA no exterior, mas um mergulho
no ecossistema do negócio familiar. Cícero defende que vivências práticas em
diversas áreas da empresa, com a orientação de um especialista, são
fundamentais para fortalecer o DNA da família e moldar líderes que conciliem
competência técnica com inteligência emocional.
“Liderança
no ambiente familiar exige algo raro no mundo corporativo: respeito à cultura
da empresa familiar. Profissionais externos podem ser contratados, sim, mas
precisam entender que, em empresas familiares, o equilíbrio entre tradição e
inovação não é negociável”, destaca Cícero Rocha.
Inovar
sem desvirtuar o legado é a chave para competir. Segundo o especialista, a
metodologia Balanced Family Business (BFB) é um caminho para preservar valores
enquanto se implementam tecnologias e práticas sustentáveis. “A identidade
familiar não é inimiga da modernidade, desde que ambas andem juntas”, afirma.
As
empresas familiares precisam enfrentar mudanças de mercado com flexibilidade,
mas sem abandonar sua essência. Planejar estrategicamente significa acompanhar
tendências sem perder a bússola de seus valores. Sustentabilidade e inovação
são parte desse jogo, mas sempre alinhadas ao legado construído.
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