O
envelhecimento natural da população, o trabalho repetitivo, o uso excessivo do
celular e o diagnóstico tardio são fatores que podem causar ou agravar a
rizartrose, um dos tipos mais comuns de artroses, especialmente em mulheres
após a menopausa. Mas mesmo os homens não estão livres da enfermidade: de
acordo com estudos médicos, publicados pelo Jornal de Terapia das Mãos, dos
Estados Unidos, em 2020, a rizartrose acomete de 6 a 12% dos adultos da
população brasileira. As pessoas afetadas por essa patologia relatam ter episódios
constantes de dor localizada na base do polegar ao movimentá-lo ou ao sustentar
cargas em atividades que envolvam o manuseio de objetos.
“A
rizartrose é um processo degenerativo da articulação da base do polegar e
acomete, principalmente, mulheres após a menopausa. O principal sintoma é a dor
na face lateral do punho e da base do polegar que piora com os esforços”,
explica o ortopedista José Queiroz, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia
e Traumatologia - Regional Ceará (SBOT-CE) e especialista em cirurgia de mão.
Se
tiverem tendência para a rizartrose, pessoas que passam muito tempo no celular
ou digitando podem ter a situação agravada. Conforme levantamento do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 116 milhões de
internautas, sendo que 94,5% preferem acessar a rede pelo smartphone. O país é
o terceiro que mais fica online no mundo: em média, 9h14 por pessoa, todos os
dias.
“As
pessoas que apresentam esta condição (rizartrose) podem sentir dor ao usar o
telefone celular. Não existe forma de prevenção eficaz, porque a artrose é um
processo irreversível, em qualquer articulação. O tratamento da rizartrose
consiste no uso de órteses para imobilização, fisioterapia, infiltrações e, em
casos sem resposta, cirurgia”, detalha o membro da SBOT-CE.
Diagnóstico
De
acordo com o ortopedista José Queiroz, o diagnóstico da rizartrose deve ser
feito de forma detalhada, para não ser confundido com outras enfermidades que
acometem as mãos. “A rizartrose deve ser sempre diferenciada da tenossinovite
ou da tendinite dos extensores do polegar na região lateral do punho, que
também é conhecida como Tenossinovite de De Quervain. Ela é mais frequente em
mulheres mais jovens em um período mais ativo da vida. Existem alguns testes
realizados no exame físico para diferenciar entre estes dois diagnósticos e
podem ser utilizadas radiografias simples e ultrassonografia para fechar o
diagnóstico”, observa José Queiroz. “A tenossinovite de De Quervain está mais
relacionada à atividade laboral e aos cuidados domésticos, e pode ser evitada
com a adequação do ambiente de trabalho e a quantidade de tempo de trabalho”,
completa.
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