sábado, 24 de maio de 2025

WORKSHOP AERIS ENERGY

Workshop Aeris Energy

A economia circular aparece como um tema recorrente quando se pensa em transição energética. Na indústria de fontes renováveis, a discussão engloba temas como a implementação de políticas eficientes de gerenciamento de resíduos por parte das empresas para descarte, a reciclagem e a reutilização adequada de peças e materiais utilizados. Nesse cenário, a Aeris Energy sediou hoje, sexta-feira (23), na fábrica da empresa, localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, o workshop "Reciclagem e Ciclo de Vida dos Componentes Eólicos", realizado pela Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica). O evento reuniu mais de 30 executivos de grandes empresas do setor.

Ao longo do dia, foram discutidos temas como as políticas de ESG e Operação & Manutenção e apresentados casos de sucesso de companhias do setor. A programação incluiu ainda uma capacitação relacionada à reciclagem de pás eólicas e visita à fábrica da Aeris.

“Estamos em uma indústria que se posiciona na linha de frente na descarbonização e transição energética. Por isso, é essencial discutir processos de reciclagem a fim de termos a economia circular no centro da estratégia do setor. Consideramos de grande importância sediar esse workshop da ABEEólica por ser uma oportunidade de troca de experiências, e uma ótima ocasião para apresentar nossas atividades a importantes players do setor”, destaca Alexandre Negrão, presidente da Aeris Energy.

Para Francisco Silva, diretor-técnico regulatório da ABEEólica, o Ceará foi escolhido para a realização do evento por conta do seu histórico de pioneirismo no mercado eólico brasileiro e mundial: “O Ceará é uma grande referência no setor de energias renováveis, especialmente na eólica, e foi um dos estados que despontou como um dos maiores produtores de energia eólica do Brasil a partir dos anos 2000. Depois dele é que vimos a expansão do mercado, espalhando-se para o Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí, entre outros estados. Estamos em um momento de maturidade da matriz eólica, quando nos deparamos com aerogeradores instalados em algumas unidades eólicas cujo tempo de funcionamento se aproxima do período de descomissionamento (encerramento de atividades e desmontagem) de equipamentos. Nosso encontro trouxe discussões e apresentou o que vem sendo pesquisado e implantado de alternativas para a reciclagem de equipamentos utilizados nas usinas eólicas”, reforça Silva.

Empresas participantes

Além da ABEEólica e da Aeris Energy, estiveram no workshop representantes da Aliança Energia, Applus, Bons Ventos da Serra 2, Echoenergia, Elera Renováveis, Eletrobras, Energimp, Engie, Gerdau, Ibitu, Neoenergia, Pontal Energy, RioEnergy, Senai do Rio Grande do Norte, Serena Energia, Serveng Energia, Sowitec, Statkraft, Ventos de São Zacarias, Voltalia e WEG. Os cases apresentados foram:

WEG: Recuperação de grandes componentes;

Creation/UFRN: Reciclagens no mundo e no Rio Grande do Norte.

Um dos destaques do dia foi a palestra da professora do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) Juliana Lucena, que abordou o tema “Tecnologias de reciclagem de pás eólicas”, de grande relevância para a indústria eólica: a busca por soluções sustentáveis para o destino das pás, sejam elas oriundas de sobras de produção, resultantes de sinistros de parques em operação ou quando chegam ao fim de sua vida útil.

Lucena apresentou uma visão geral da composição das pás eólicas, com destaque para seus materiais constituintes, as tecnologias atualmente disponíveis para reciclagem e os principais desafios futuros enfrentados pelo setor. O objetivo foi ampliar a compreensão técnica sobre o ciclo de vida das pás e promover uma reflexão sobre inovação, sustentabilidade e economia circular — pilares fundamentais para o avanço da energia eólica como uma fonte responsável e eficiente.

“São muitos desafios para a reciclagem de pás eólicas, começando pelas tecnologias que já existem. Muitas delas, ainda em escala laboratorial e, por isso, ainda são tecnologias caras. Nós temos esse desafio de aprimorar essas tecnologias existentes para tentar ter um ganho de escala e baratear esse processo. Acredito também que é importante fortalecer a parceria da indústria com os centros de pesquisa, por meio das universidades e institutos federais. Hoje a solução mais prática é o aterro, mas temos um material muito rico em propriedades. É um desperdício muito grande colocar esse material em aterros, se a gente pode dar uma segunda vida ou fazer uma reciclagem, seja ela mecânica ou até mais complexas, que vão envolver processos térmicos e químicos”, ressalta a professora.

Reciclagem de componentes eólicos

Sobre o tema central do encontro, o diretor da ABEEólica, Francisco Silva, compartilhou informações valiosas do que se tem feito no Brasil e no mundo acerca da reciclagem dos componentes eólicos.

“Nós temos, há muitos anos, um grupo que discute a operação e manutenção de parques eólicos. Começamos a vislumbrar que, justamente em função da maturidade que a fonte vai ganhando ao longo do tempo, as discussões relacionadas à operação e manutenção se tornaram fundamentais. E mesmo reciclagem. O que você faz, por exemplo, com uma pá eólica gigantesca? Cada pá pode funcionar por até 25 anos. O que você vai fazer com isso no momento em que você a retira do parque? Essa é a grande discussão do nosso encontro hoje. A reciclagem não só de pás, mas de todo o equipamento. Com relação às pás, a gente já tem uma utilização muito grande dentro da construção civil. Ela é desmontada, triturada e esse insumo é utilizado em materiais compostos dentro da construção civil. Mas temos outras partes, como a torre, que, muitas vezes, é de concreto e aço; temos a Nacele, a estrutura no topo da torre. São para essas discussões que trouxemos especialistas aqui hoje para conversar. As empresas também estão trazendo experiências para esse debate e é nessa troca que a gente consegue grandes evoluções para o mercado. Já temos algumas soluções de cunho comercial, empresas ganhando dinheiro com reciclagem de equipamentos eólicos. Temos muito espaço para quem desenvolver soluções neste âmbito”, finaliza Silva.

Dados relevantes

A energia eólica onshore ocupa o segundo menor nível de emissão de CO ao longo de sua cadeia produtiva, segundo o Energy Institute, da Universidade do Texas. Mesmo com baixo “footprint” (impacto ambiental de uma empresa ou produto), a indústria investe em reuso e P&D&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) para destinar os materiais utilizados no setor.

Conforme as normas internacionais (IEC 61400-1), recomenda-se que o projeto de um aerogerador tenha vida útil mínima de 20 anos.

As pás podem ser desmontadas para reutilização – Este procedimento envolve uma inspeção de todas as partes. Após a retirada dos equipamentos, todos os componentes deverão ser acondicionados adequadamente e preservados. E pode ser reutilizado futuramente em outro site.

Outra destinação para as pás é a trituração e confecção de granulados que podem ser usados em pisos, paletes e tubulações. Após a trituração, adição de adesivos e compressão, os resíduos das pás podem gerar painéis resistentes a fogo e umidade - devido à presença da fibra de vidro -, ideais para o uso na construção de prédios comerciais e industriais.

Aproximadamente 90% dos materiais de um aerogerador e seus componentes podem ser reciclados. O aço, o cobre e outros metais, que compõem o maior volume de uma turbina, podem ser reciclados e a maioria das partes elétricas e metálicas são recicladas.

Mais sobre a Aeris Energy

A Aeris Energy é uma empresa brasileira líder na fabricação de pás e serviços para aerogeradores na América Latina e uma das maiores produtoras no mercado mundial. Fundada em 2010 por um grupo de engenheiros oriundos do setor de aeronáutica, a empresa atua em uma localização estratégica no Nordeste brasileiro, com três unidades fabris no município de Caucaia, Ceará, na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

A Aeris Energy foi fundada para atender à crescente demanda por soluções sustentáveis no mercado de energia. A empresa conta com uma equipe de alta performance, que executa processos com simplicidade, permitindo um ambiente de trabalho seguro e limpo, tendo como objetivo a alta qualidade, a eliminação de desperdícios e a satisfação dos clientes.


 

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